A aluna Zahra Omarji (11ºC, Literatura Portuguesa) associou o poema de Camilo Pessanha a uma ilustração da sua autoria. Eis o resultado final:
Só, incessante, um som de flauta chora,
Viúva, grácil, na escuridão
tranquila,
– Perdida voz que de entre as mais se exila,
– Festões de som
dissimulando a hora.
Na orgia, ao longe, que em clarões cintila
E os
lábios, branca, do carmim desflora...
Só, incessante, um som de flauta
chora,
Viúva, grácil, na escuridão tranquila.
E a orquestra? E os
beijos? Tudo a noite, fora,
Cauta, detém. Só modulada trila
A flauta
flébil... Quem há de remi-la?
Quem sabe a dor que sem razão
deplora?
Só, incessante, um som de flauta chora...
Camilo Pessanha
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014
Poemas vencedores do Concurso de Poesia
Dilvulgamos hoje os poemas vencedores (que se encontram expostos na Biblioteca), bem como a comunicação do professor (e poeta!) Paulo Tavares, que assinalou a abertura da sessão da entrega dos prémios, no dia 14 de fevereiro.
Poemas vencedores
1ºCiclo
TU…
Um dia fui passear
Parei numa ponte
Não te esperava encontrar
Olhava o horizonte
Quando olhei para ti pela primeira vez
Senti-me mudar
Perfeita como Deus te fez
Fizeste o meu mundo desabar
Como se o Sol fosse a Lua
E chovesse amor por todos os recantos do
mundo
E essa beleza que é só tua
Era a fonte de tudo.
Luís Costa, 3ºC
2º Ciclo
Findo o mês de janeiro
eis-nos no dia mais aguardado
o catorze de fevereiro
o dia dos namorados
Anda tudo a marcar
o restaurante para o jantar
sorrisos e beijos no ar
com os corações a palpitar
Os humanos são engraçados
escolhem um dia apenas
para tratar os temas
que são mais complicados
Escolheram o dia catorze para dia dos
namorados
dão flores e rebuçados
no resto do ano andam tão atarefados
que quase não se lembram que são
namorados.
João Castanheira, 6º C
3ºCiclo
AMOR PROIBIDO
Após o negrume da noite
Em que tudo perde sentido
Decidi amar-te
Esqueci-me do perigo
Estou a um passo de te perder
A dois de te tocar
A três de te ter
A quatro de te conquistar
Teresa Costa, 7º E
Secundário
Sem
a tua presença
Perco-me
Cego
vagueio
Pelas
nuas ruas.
Palavras
… Gastas
Submerso
no silêncio
Sozinho
caminho na escuridão.
Tomás Gomes, 10º B
Menções Honrosas
1ºCiclo
AMIGOS DE OURO
Um amigo de ouro,
É melhor que qualquer recompensa!
Um amigo de ouro,
Vai-nos buscar um chocolate à dispensa.
Pois, mas tu dizes:
Eu não preciso de amigos!
E se um dia precisares?
Só há uma solução,
Vai plantar uma planta do arrependimento,
Ao mundo da imaginação!
Alexandre Vaz, 3º D
*
A
MINHA FAMÍLIA
Eu
gosto da minha família
ela
é muito bonitinha.
e
brincamos na carrinha.
Diogo
Ribeiro, 1º D
*
CHOCOLATES DE AMOR
Era uma vez um menino
adorava chocolates
e gostava de uma pessoa
a quem dava muito amor
e sonhou com um chocolate
com recheio de amor.
De manhã quando acordou
correu, correu, correu muito
até encontrar o seu amor
e então pensou
se é tudo feliz
não há dor!
Toma lá um chocolate
meu amor!
Filipe
Sequeira, 4º C
2ºCiclo
O amor,
Não é só namorar.
Não é um penhor,
Nem é só casar.
Pode ser à família,
De que tanto gostamos,
Ou aos amigos,
Com quem passeamos.
Pode ser a uma amiga,
Que seja chegada,
Ao namorado,
Ou à namorada
Também pode ser a um objecto,
Que signifique muito para nós.
Aos irmãos, às irmãs
Aos primos e aos avós
Pode ser a um cão,
Que nos faz companhia,
Ao gato, ao leão
Ao tio ou à tia
O que eu estou a dizer,
É que tudo se pode amar,
E sem mal dizer,
A isso amor chamar.
Constança Filipe, 6ºC
*
O QUE TEM O AMOR?
O Amor,
É mais quente do que o fogo,
É mais bonito do que uma flor,
É mais confuso do que uma conta,
Mas encanta sempre alguém.
O Amor,
Tem mais cores do que o
arco-íris,
Tem mais notas do que uma pauta,
Tem mais letras do que um livro,
Afinal o é que o amor não tem?
Guilherme Costa Ferreira, 5ºA
*
Quando te conheci
não parei de pensar em ti
com tua bela formosura
e a tua voz de extrema doçura.
A olhar para ti
passei dias a fio
mas coitado de mim
nem um olhar nem um arrepio.
Finalmente um olharzinho
passei o dia contigo
do que isso me valeu.
E agora já somos mais que dois amigos
passamos horas juntinhos
e a cada minuto damos um beijinho
e assim deixei de ser um menino sozinho.
Manuel
Cabugueira, 6ºC
3ºCiclo
Ama como uma semente
que nasce na terra.
João Silva, 7ºD
*
AMOR
Hoje pensei em ti,
Não pelos melhores motivos admito.
Hoje pensei em ti,
Não como das outras vezes devo dizer.
Hoje pensei em ti,
Não foi uma mera recordação mas uma
necessidade.
Sim lembrei-me de ti,
Quando me senti no
vazio.
Sim pensei em ti,
Nos momentos que passámos.
Mas quando o pânico se apoderou de mim,
Então sim gritei por ti.
Sara
Rosa, 8º A
*
Os anjos não vêm só do Céu
Vêm de navios perfumados
Que navegam nas nossas veias de sangue
Este navio só pára quando chega ao
coração
Até lá tem de enfrentar tempestades,
Remoinhos de sangue, chuvas de glóbulos
vermelhos,
Ondas de um líquido vermelho e raios
poderosos
Com tanta confusão até o navio começa a
fazer contas de matemática.
E às vezes há naufrágios.
Mas também há verão; e esse anjo não é
nenhum anjo é o amor
Eu já cheguei ao coração da Afrodite.
Célia
Howell, 7º E
Secundário
Partiste, eu chorei
Se voltares, sorrirei
E se ficares… amar-te-ei
Vasco
Costeira, 11º A
*
Amor é suor frio
Que nos corre nas veias
É uma comichão nas entranhas
Que incapacita a nossa fala.
Dor lancinante
Expectativa hesitante
Terrível castigo
Vazio de todo sem sentido.
Um formigueiro na nossa garganta
Pai de uma ânsia tanta
Que nos impede de falar
Liberta-nos a voz num estranho gaguejar.
Amor é suor frio
Que escorre num largo rio
Ora forma de chama ardente
Ora frio dormente
Filipe
Miguel, 11º A
*
Abro os olhos,
Vejo-te.
Fecho os olhos,
Sonho-te.
Abres os olhos,
Iluminas-me.
Fechas os olhos,
Escureces-me.
As memórias e as saudades permanecem.
Sinto falta,
A tua falta.
Dos teus olhos, do teu sorriso,
Da tua voz, das tuas palavra,
Das tuas mãos, do teu toque,
Dos teus lábios, do paraíso.
Os sentimentos desvanecem,
Mas não os meus,
Os teus.
Faz-me pensativa.
Faz-me angustiada.
Faz-me feliz.
Faz-me acordada.
O que, por vezes,
Não me agrada.
Por vezes,
Quero apenas sonhar.
Nem que seja com ele.
Mas, de vez em quando, prefiro.
Prefiro sonhar em vez de o enfrentar.
Faz-me também cansada.
Cansada de o sentir.
Cansada de o tentar perceber.
Cansada de me desiludir.
Cansada.
Sinto-o quando te beijo,
Quando te toco,
Quando te abraço,
Quando te vejo,
Quando penso em ti.
Sinto-o;
Amor.
Francisca
Castela, 10º A2
Abertura da sessão de entrega de prémios | Comunicação do professor e poeta Paulo Tavares
ENERGIA RENOVÁVEL
Texto
que serviu de base à apresentação do
1.º
CONCURSO DE POESIA – CPA
No
outro dia, nas aulas do sétimo ano, vimos um documentário que se chamava “As
Ilhas Desconhecidas” e que retratava a vida no Arquipélago dos Açores. Nesse
documentário fizeram uma entrevista a um casal de alemães que vivia na Ilha do
Pico. Eles tinham sido músicos na Orquestra de Berlim, na Alemanha, e, ao fim
de algum tempo, depois de se casarem, decidiram viajar rumo ao paraíso. E o
paraíso, claro está, era a Ilha do Pico, uma ilha negra, vulcânica, e, ao mesmo
tempo, com uma extraordinária junção de cores (“[O Pico] é mais do que uma ilha – é uma estátua
erguida até ao céu e amolgada pelo fogo”, escreveu um dia Raul Brandão). Imaginem
que este casal, por causa da ideia que tinha de paraíso, nem sequer queria ter
televisão em casa. A justificação para isto era simples: num mundo cada vez
mais cheio de imagens, sons, ideias, que nos chegam das mais variadas
tecnologias, como a televisão, os computadores, as consolas de jogos, esta
inundação de estímulos retira-nos a capacidade de sermos criativos. Por isso,
este casal alemão dizia que não ter televisão lhe dava mais espaço para
imaginar.
Ora
bem, porque é que isto vem a propósito de um concurso de poesia? Porque, quando
falamos em tecnologia, devemos ter em consideração que a escrita é também uma
tecnologia. Aliás, atrevo-me a dizer que a escrita é a tecnologia mais íntima
de todas. Pegamos num lápis, numa caneta ou num teclado e criamos um universo
que pode ser só nosso e que, ao mesmo tempo, podemos partilhar com o resto do
mundo. E, no nosso caso, quais são os combustíveis que alimentam a escrita de
um poema? São combustíveis renováveis que não fazem mal ao ambiente, pelo
contrário, só fazem bem: são eles a sensibilidade e a imaginação.
A
poesia (quer seja quando a lemos ou quando a escrevemos) pede-nos pouca coisa.
Pede-nos um bocadinho de tempo, um bocadinho de espaço, algum silêncio e
concentração. E, em troca, dá-nos momentos de beleza, mundos novos, pormenores
nos quais nunca tínhamos reparado. Por vezes, a poesia é muito séria e menciona
coisas mais tristes e dolorosas; noutras, é uma brincalhona e troca as palavras
todas. Na verdade, sem querer que se desliguem completamente das outras
tecnologias, deixo aqui um desejo, o de vocês darem alguma atenção à poesia, já
que ela permite que nos liguemos aos outros seres e sentimentos humanos, sem
precisarmos de cabos, terminais remotos ou ligações wi-fi. Reparem, além de
tudo isto – ou com tudo isto em mente – há ainda alturas em que a poesia pode
servir para descrevermos um sentimento tão arrebatador como o amor. Foi isso mesmo
que vocês fizeram ao participar neste concurso. Dou-vos os parabéns pelos
vossos belos poemas.
Paulo Tavares
sábado, 22 de fevereiro de 2014
"Toques literários"
Mais uma semana, mais um livro, mais um orador. Na última quinta-feira, dia 20 de fevereiro, o Diogo Rocha (10B) apresentou o livro Príncipe de Fogo, de Daniel Silva.
A apresentação conseguiu traduzir bem o ritmo da narrativa, tendo o Diogo solicitado ao auditório ajuda para desvendar o enigma que envolve mais um caso de Gabriel Allon, um ex-agente da Mossad.
Este foi o livro (aconselhado pelo avô e pelo tio) que conseguiu cativar o aluno para a leitura. O Diogo elogiou e destacou a mestria com que o autor, um lusodescendente dos EUA, jornalista e correspondente da CNN para o Médio Oriente, narra a ação, prendendo o leitor a cada palavra. Muito obrigada!
Concurso de microcontos
A novíssima Junta de Freguesia do Parque das Nações promove, juntamente com a Inventarte Colinas, este concurso de microcontos (até 600 palavras), destinado a autores dos 8 aos 12 anos. Participem!
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