quarta-feira, 8 de abril de 2015

Bibliotecando

A começar o terceiro período, propomos neste mês de abril os seguintes livros, dos quais destacamos os excertos que seguem abaixo:

2º ciclo - Chocolate à Chuva, de Alice Vieira 

"Fizemos malas, desfizemos malas, vamos embora, não vamos embora, tira o mapa da gaveta, volta a pôr o mapa na gaveta, cuidado não te entales, contámos o dinheiro pela 146ª vez, a Rosa tolinha de todo a aumentar ainda mais a confusão agarrada às nossas pernas a gritar (…).
Não há dúvida: férias são rica invenção, sim senhora. Gasta-se mais dinheiro do que nos outros dias (diz o meu pai), cansamo-nos mais do que a trabalhar (diz a minha mãe), deixamos a casa fechada e sozinha o que é um perigo (diz a minha avó), não vou dormir na minha caminha e com a minha almofada (diz a minha irmã), zangamo-nos todos à partida, à chegada, e quando não se encontra o lugar para arrumar o carro (digo eu), mas não há nada melhor neste mundo, ó gentes!"

3º ciclo - A rapariga que roubava livros, de Markus Zusak

“Primeiro as cores.
Depois os humanos.
É geralmente assim que eu vejo as coisas.
Ou, pelo menos, tento.
Eis um pequeno facto
Vocês vão morrer.
Para falar francamente, estou a tentar mostrar-me prazenteira acerca deste tópico, embora a maioria das pessoas sinta dificuldade em me acreditar, por muito que eu proteste. Por favor, confiem em mim. Eu posso definitivamente ser prazenteira. Posso ser amável. Agradável. Afável. E isso só nos A’s. Só não me peçam para ser simpática. Simpatia não tem nada a ver comigo.”

Secundário - O homem sem nome, de João Aguiar

“Rashid falou devagar, sem desviar os olhos dele: - O meu retiro terminou, vamos partir hoje. Mas há tempo, a minha tribo não anda longe. Antes de montar… enfim, gosto de saber quem são os homens que encontro pela frente. Ontem não perguntei o teu nome; nem o farei hoje, pois isso é contra as nossas leis de cortesia…
Aguardou, para dar tempo a que o poeta lhe dissesse o nome (isso, sim, estava de acordo com as leis de cortesia), porém ele não o fez.
- Há coisas que preciso de saber. Disseste-me ter atravessado a Zona Central e eu não acreditei. Ninguém ainda foi capaz de o fazer. Até os kotys, quando enlouquecem, morrem antes de lá chegar.” 

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