segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Um poema de Alberto Caeiro

A imagem foi captada por duas alunas do 12ºano, a Beatriz Penha e a Beatriz Oliveira, que viram nesta árvore do Colégio a natureza de Alberto Caeiro. Aqui fica o poema, em forma de homenagem, pela lembrança e pelo "olhar inicial" que tiveram sobre as coisas, bem à maneira de Caeiro...
 
Deixamos também o desafio: vejam se a conseguem encontrar  - ela está mais perto do que imaginam...
 
XLV

Um renque de árvores lá longe, lá para a encosta.
Mas o que é um renque de árvores? Há árvores apenas.
Renque e o plural árvores não são coisas, são nomes.
 
Tristes das almas humanas, que põem tudo em ordem,
Que traçam linhas de coisa a coisa,
Que põem letreiros com nomes nas árvores absolutamente reais,
E desenham paralelos de latitude e longitude
Sobre a própria terra inocente e mais verde e florida do que isso!

“O Guardador de Rebanhos”, in Poemas de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa. Lisboa: Ática, 1946 (10ª ed. 1993).
 
 

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