A
última semana foi marcada por emoções fortes, tendo culminado na sexta-feira,
14 de novembro, data em que se assinalou o nascimento de Pedro Arrupe e o dia
do colégio.
O dia começou bem cedo, com uma Eucaristia
em que participaram todos os ciclos, do 1.º ao Secundário.
Mais tarde, no auditório, depois de longos
meses de ensaios, estreou a peça "Até onde, Pedro?", sobre a vida de
Pedro Arrupe. A ideia nasceu no coração da Ir. Irene Guia e foi crescendo, com
a ajuda da Administração, da Direção, da Pastoral, dos Departamentos (Artes,
Música, Português) e, em especial, dos alunos do 3.º Ciclo, que escreveram e
interpretaram o texto. Ao longo de um ano de trabalho, participaram em oficinas
de escrita, cenografia e sonoplastia, coordenadas pelos professores de
Português (Helena Velez e Paulo Tavares), de Artes (Celso Ameixa e Ricardo
Josué) e de Música (Gonçalo Prazeres e Ana Araújo). Receberam, ainda,
indicações e formação sobre coreografia (Rita Alexandre), operações técnicas
(Pedro Luz e Gonçalo Prazeres), costura e adereços (Leonor Silva e Isabel
Lacerda),
Ao leme, estiveram, desde o início, o
talento, a dedicação e a alma do Nuno Archer e da atriz Daniela Vieitas.
Após os ensaios-gerais, que decorreram com a
presença dos alunos dos diferentes ciclos na plateia, a peça foi apresentada a
toda a comunidade educativa, em duas sessões, à noite, na quinta e na
sexta-feira, 13 e 14 de novembro. Nesses dias, alunos do 8.º e 11.º anos
juntaram-se à equipa, na bilheteira e na receção dos espectadores.
Foi um momento poderoso de escola, que nos
(re)uniu em torno da figura e do exemplo de Pedro Arrupe. No palco,
"teatro dentro do teatro", vários atores recriavam o frenesim próprio
dos ensaios, e dos bastidores, em paralelo com uma peça que estaria a ser
representada do outro lado da cortina. Esta opção revelou uma outra dimensão da
vida de Arrupe, a figura pública, o Geral da Companhia de Jesus - o homem que,
longe dos holofotes e das câmaras, longe das viagens e da "vida
agitada", em silêncio, se recolhe em oração, antes das grandes decisões.
Ao longo da peça, cruzaram-se, na dose
certa, no ritmo certo, humor (as extraordinárias senhoras da limpeza; o honesto
"Ai coitadinho!" de Andreia ou os rodopios de Rodrigo são alguns
exemplos) e profundidade. Sentimos no texto a presença do olhar límpido dos
alunos, espelhando nas suas palavras as
emoções e as opiniões que a figura e a vida de Pedro Arrupe lhes suscitam, da
admiração pela coragem de abandonar um curso de medicina, trocando a bata
branca pela bata preta, à perplexidade perante a sua capacidade de sofrimento e
de abnegação na doença.
As várias linguagens marcaram presença ao
longo de todo o espetáculo, numa permeabilidade feliz entre dança e música,
como acontece na homenagem dos presos, numa canção retirada da alma, com sabor
a soul gospel ("Thank You, Don Pedro"), ou na dança da carta que
chega com o anúncio da missão no Japão. Também a imagem, no filme sobre a
experiência oriental, vem sublinhar o magistério da alegria, da inteligência e
da humildade de Arrupe, que acolheu de braços abertos o novo e o diferente (da
música aos sabores, da cultura aos costumes).
São muitos os momentos arrepiantes em que o
texto dramático se transforma em texto poético, com o auxílio da cenografia e
da música. Como descrever o nó na garganta perante os vultos anónimos que se
debatem violentamente sob um plástico disforme com a força marítima de uma
tempestade, ou face à fragilidade dos barquinhos de papel que vão tombando
sobre o chão? Como descrever o "abanão" provocado pelo cortejo dos
refugiados, rostos e vidas desfigurados, trazendo o passado ao colo e a
angústia nos braços? Revemo-nos neles e revemo-nos por dentro.
É o palco a narrar, é o palco a
inquietar-nos. Metáfora máxima desta inquietação, desta procura, é a Pergunta,
que assalta as personagens na escuridão, que lhes povoa a solidão, lhes sacode
as entranhas, as incita a perscrutar as respostas.
No final, a convicção de que o legado de
Pedro Arrupe continua entre nós e que de nós depende. O que foi dito (e que não
não foi dito e ressoa nos nossos corações, nas nossas consciências)
acompanha-nos. Até onde? A pergunta permanece.... Levamo-la connosco, na
penumbra dos nossos gestos.
Muito obrigado, Nuno e Daniela, por
tudo! E um merecidíssimo elogio aos
atores, que se superaram em cada sessão, que colocaram tudo de si no projeto.
Só uma frase o parece explicar: “Apaixona-te e permanece apaixonado. Isso
decidirá tudo em ti”.
Deixamos mais imagens do espetáculo:
AUTORES:
Afonso
Atalaia, Afonso Palos, Afonso Reis, Alex Villax, Ana Francisca Carreira, Ana
Patrícia Agostinho, Ana Sofia Calado, Ana Sofia Monteiro, Ana Teresa Gaspar, André Lopes, André Silva,
António Barreto, António Martins, Beatriz Armeiro, Beatriz Coutinho, Beatriz
Dias, Beatriz Gomes, Beatriz Salgueiro, Beatriz Saraiva, Beatriz Simões,
Bernardo Lopes, Bernardo Pais, Carlos Dias, Carolina Penha, Catarina Coelho, Catarina
Rocha, Catarina Silva, Catarina Taboada, Célia Howell, Daniela Santos, Diogo
Araújo, Diogo Borbinha, Diogo Cabral, Diogo Freixo, Diogo Roque, Diogo Sousa, Domingos
Gallego, Eduardo Martins, Fernando Dinis, Filipa Almendra, Filipa Ramos, Francisco
Baptista, Francisco Bentes, Francisco Nabais, Francisco Peres, Gabriel Nunes, Gonçalo
Santos, Henrique Caraça, Henrique Carvalho, Henrique Pereira, Inês Dias, Inês
Nunes, Inês Santos, Joana Campos, Joana Dias, João Afonso Mendonça, João
Almeida, João Chasqueira, João Correia, João da Ponte, João de Deus, João
Esteves, João Gaspar, João Pires, João Rafael Carvalheiro, João Rosado, João
Silva, João Tomás, José Galante, José Pedro Figueiredo, Júlia Lima, M. Leonor
Gomes, M. Matilde Zerbes, Madalena Henriques, Madalena Sereno, Mafalda Paixão, Manuel
Rodrigues, Margarida Martins, Maria Alves, Maria Joana Dias, Maria João Vidal, Maria
Morais, Mariana Nunes, Mariana Reis, Mariana Rodrigues, Marta Rosa, Miguel
Coelho, Miguel Duarte, Miguel Martinho, Miguel Martins, Miguel Moura Miguel
Pena, Miguel Rosa, Nuno Domingues, Patrícia Grencho, Patrícia Reduto, Pedro
Ornelas, Pedro Serrano, Rita Pereira, Rodrigo Gomes, Rodrigo Pereira, Rodrigo
Ribeiro, Rodrigo Theotónio, Rodrigo Vinagre, Santiago Benites, Sara Correia, Sara
Nunes, Sara Santos, Sebastião Lobato Faria, Sofia Faustino, Sofia Sá, Teresa
Costa, Teresa Zerbes, Tiago Henriques, Tiago Teixeira, Tiago Veríssimo, Tomás
Afonso, Tomás Bandeira, Tomás Correia, Tomás Lopes, Tomás Lourenço, Tomás
Pereira, Tomás Serrano, Tomás Sousa, Vasco Almeida, Vasco Filipe, Vasco Vinagre, Vera Lucas, Vera
Santos, Vicente Mendes, Xavier Cerejo.
Professores:
Helena Velez e Paulo Tavares
Equipa de Teatro:
António Martins,
Beatriz Gomes, Carlos Dias, Carolina Penha, Catarina Coelho, Catarina Silva, Catarina
Taboada, Francisco Batista, Joana Dias, João Tomás, Júlia Lima, Madalena
Sereno, Maria Morais, Mariana Nunes, Patrícia Agostinho, Patrícia Grencho,
Patrícia Reduto, Rodrigo Theotónio, Sara Correia, Sofia Faustino, Teresa Batista, Teresa Costa,
Teresa Zerbes, Tomás Afonso, Vasco Almeida, Vera Lucas, Vera Santos, Xavier
Cerejo.
Professores: Daniela
Vieitas e Nuno Archer
Coreografia: Rita
Alexandre
Equipa de Cenografia:
Afonso Atalaia,
Beatriz Saraiva, Célia Howell, Diogo Borbinha, Diogo Cabral, Diogo Freixo,
Filipa Almendra,
Gabriel Nunes, Joana Campos, Sofia Sá, Teresa Gaspar
Professores: Celso
Ameixa e Ricardo Josué
Apoio à costura:
Isabel Lacerda e Leonor Silva
Construção: Victor Barbosa
Equipa de Sonoplastia:
Fernando Diniz,
Gonçalo Campos, Marta Rosa, Salvador Ribeiro, João Correia
Professores: Ana
Araújo e Gonçalo Prazeres
Desenho
de luz e Edição de filme: Pedro Luz
Imagem
gráfica: José Pedro Trindade
Agradecimentos
Ana
Limpinho, Ana Mira Vaz, Ana Moraes, Ana Vala, André Gonçalves, António Leitão, António
Lourenço Associação Mais Cidadania, Carlos Azevedo Mendes sj, Centro Inaciano
do Lumiar, Cristina Pinheiro, Embaixada do Japão, Eunice Maia, Ismael Guedes,
José Larião, Luísa Abraços, Margarida Diogo, Marta Heleno, Miguel Morais,
Miguel Robalo, Nuno Ferro, Paulo Duarte, Província Portuguesa da Companhia de
Jesus, Restaurante Origami, Ricardo Valente, Rute Pais, Steve Johnston, Teatro
Ao Largo, Teatro do Montemuro e famílias dos alunos que participaram no
projeto.
Um agradecimento especial à Irmã Irene Guia, aci, que
com a sua energia contagiou todos na vontade de construir este espetáculo.