Deixamos mais uma sugestão de leitura. E este livro é muito especial para nós, uma vez que foi escrito pela Daniela Vieitas, nossa colega! Além de integrar a Pastoral e de partilhar com os nossos alunos a sua paixão pelo teatro e pela poesia, reservou-nos também esta surpresa: um conto lindíssimo sobre o(s) lugar(es) do perdão e da vida, sobre a transfiguração do nada e da poeira em "nós", em flor, em (re) início, em infinito... E as ilustrações (de Margarida Ramos) são maravilhosas...
Deixamos alguns excertos:
«Há muito, muito tempo, num tempo de que já ninguém se lembra, havia um lugar que tinha nada. Nada de nada no Lugar do Nada. Quem passava não olhava, quem olhava não reparava, porque o Lugar do Nada tinha nada.»
«Foi a primeira vez que a terra os saudou, na carne daquela flor, e foi o Homem que chorou o choro dos que não sabem chorar.
- Tão bela, disse o Homem.
- Tão bela a flor desta terra, completou a mulher
- Tão bela que és tu para mim.
- Nasceu uma flor branca, este já não pode mais ser o Lugar do Nada.
- Será o Lugar do Coração.
- Uma terra não se pode chamar Lugar do Coração, porque o coração não se aprisiona a um lugar. Chamemos-lhe antes o Lugar da Água Flor.
- Lugar da Água Flor, disse o Homem.
- Onde o coração pode ser livre.»
- Tão bela, disse o Homem.
- Tão bela a flor desta terra, completou a mulher
- Tão bela que és tu para mim.
- Nasceu uma flor branca, este já não pode mais ser o Lugar do Nada.
- Será o Lugar do Coração.
- Uma terra não se pode chamar Lugar do Coração, porque o coração não se aprisiona a um lugar. Chamemos-lhe antes o Lugar da Água Flor.
- Lugar da Água Flor, disse o Homem.
- Onde o coração pode ser livre.»
O prefácio é do Professor Joaquim Azevedo.
Eis algumas passagens:
«Homem e mulher, corpos-almas feitos e refeitos, em criação contínua, no amor e no perdão - e que belos gestos de perdão nos revela aqui Daniela Vieitas! - e que leveza têm os desenhos de Margarida Ramos, inscritos na terra, deixando para trás o nada!»
«Um dos maiores dramas do nosso tempo - continua - é a avalanche de objetos-ídolos que nos envolve e vira para dentro, que, sendo absolutos, nos separam do outro, deixando-nos mais sós! O lugar humano é esse campo onde germina o encontro, a dádiva da vida, o perdão; um lugar onde só pode nascer vida.»
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