sábado, 14 de dezembro de 2013

José Saramago no Teatro da Trindade

Desafiámos os nossos alunos e professores a assistir à peça A Noite, de José Saramago, na quinta-feira, dia 12 de dezembro, no Teatro da Trindade.

 
Com adaptação de Paulo Sousa Costa e encenação de José Carlos Garcia, esta peça conta no seu elenco com nomes conhecidos, como  Vítor Norte, Paulo Pires, João Lagarto, Joana Santos, Pedro Lima, Sofia Sá da Bandeira, Samuel Alves, Filipe Crawford e Fábio Alves.

 
«Depois de ter feito jornais, escreveu sobre eles. Foi em "A Noite", a primeira obra dramática de Saramago que o escritor dedica a Luzia Maria Martins, a pessoa que o "achou capaz de escrever uma peça". Seria mesmo. A noite de que se fala nesta peça ficou para a história: de 24 para 25 de Abril. A ação passa-se na redação de um jornal em Lisboa e autor avisa: "Qualquer semelhança com personagens da vida real e seus ditos e feitos é pura coincidência. Evidentemente." Nem outra coisa seria de esperar. A ironia passa também pela história desta noite em que administradores e redatores entram em conflito. Uns a gritar que a máquina "há de parar" e outros a defender que ela "há de andar". Quando o escreveu, Saramago já sabia que, para o bem e para o mal, a máquina tinha continuado a andar. "A Noite" chegou aos palcos em Maio de 1979 pelo Grupo de Teatro de Campolide. Com encenação de Joaquim Benite e direção musical de Carlos Paredes, a peça contava, entre outros, com a participação de António Assunção no papel do chefe de redação Abílio Valadares.»

 
Assim escrevia o Diário de Notícias a 9 de outubro de 1998 sobre A Noite, que volta agora aos palcos, até 29 de dezembro, no Teatro da Trindade (em Lisboa), às quintas, sextas e sábados, às 21h30 e aos domingos às 18 horas.


Deixamos um vídeo, em jeito de convite / sugestão cultural para este fim de semana:



sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Toques literários

Mais uma semana, mais um livro, mais um orador... Hoje foi a vez do João Chasqueira (7.ºE), que nos apresentou O Principezinho, de Antoine de Saint-Exupéry. Podemos dizer com segurança que esta é uma das mais belas obras de sempre e que o João, verdadeiro piloto-aviador literário, foi um fiel divulgador do livro, ao conduzir-nos, com perícia e entusiasmo, por entre mundos exóticos e personagens improváveis. No final da aventura, pudemos ainda guardar uma daquelas ideias que nos enchem a vida inteira: “Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.” Um obrigado ao João Chasqueira! 


 As fotografias foram tiradas pelo Miguel Pena (7.ºD).

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Dia Internacional dos Direitos Humanos



Para assinalar a data nos nossos corações e nos nossos gestos, um poema de Ary dos Santos:



Em nome dos que choram,

Dos que sofrem,

Dos que acendem na noite o facho da revolta

E que de noite morrem,

Com esperança nos olhos e arames em volta.

Em nome dos que sonham com palavras

De amor e paz que nunca foram ditas,

Em nome dos que rezam em silêncio

E falam em silêncio

E estendem em silêncio as duas mãos aflitas.

Em nome dos que pedem em segredo

A esmola que os humilha e os destrói

E devoram as lágrimas e o medo

Quando a fome lhes dói.

Em nome dos que dormem ao relento

Numa cama de chuva com lençóis de vento

O sono da miséria, terrível e profundo.

Em nome dos teus filhos que esqueceste,

Filho de Deus que nunca mais nasceste,

Volta outra vez ao mundo!

José Carlos Ary dos Santos, Kyrie

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

O universo pessoano dentro de uma caixa

A inspiração chegou ainda no ano anterior, quando assistimos à apresentação de um projeto do professor Pedro Jesus na Gulbenkian, a propósito da ligação entre a criação heteronímica e a arte... A partir de um vídeo de motivação, sobre um artista que imaginou mais de cem artistas e estilos dentro de si (aqui), lançámos o desafio ao 12ºano: recriar numa caixa de sapatos (cada um recebeu a sua  e eram todas iguais) o universo do seu heterónimo preferido. Eis alguns dos resultados. Até ao final da semana, contamos publicar aqui imagens de todas as caixas. Parabéns a todos pelo empenho e pela criatividade! Obrigada também ao professor Celso Ameixa pelo modelo inspirador que concebeu.
 
 
 
 
A caixa original recebida pelos alunos















Diogo Raposo | Álvaro de Campos



















Paulo Paiva | Alberto Caeiro



Paulo Paiva | Alberto Caeiro

















Laura Panarra | Alberto Caeiro


















Laura Panarra | Alberto Caeiro
Laura Panarra | Alberto Caeiro























Filipe Azevedo | Alberto Caeiro





















Filipe Azevedo | Alberto Caeiro


Filipe Azevedo | Alberto Caeiro

Filipe Azevedo | Alberto Caeiro


Filipe Azevedo | Alberto Caeiro
 
António Batista | Alberto Caeiro







 

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Madiba | Homenagem a Nelson Mandela














Invictus 

Dentro da noite que me rodeia
Negra como um poço de lado a lado
Agradeço aos deuses que existem
por minha alma indomável

Sob as garras cruéis das circunstâncias
eu não tremo e nem me desespero
Sob os duros golpes do acaso
Minha cabeça sangra, mas continua erguida

Mais além deste lugar de lágrimas e ira,
Jazem os horrores da sombra.
Mas a ameaça dos anos,
Me encontra e me encontrará, sem medo.

Não importa quão estreito o portão
E quão repleta de castigo seja a sentença,
Eu sou o senhor de meu destino
Eu sou o capitão de minha alma.

William Ernest Henley, 1875

Recordar os textos escritos pelos nossos alunos de 10ºano sobre Nelson Mandela aqui.

A não perder: Feira do Livro no CPA




Duas sugestões para o fim de semana



quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Bibliotecando

Deixamos as sugestões de leitura para este mês, enviadas pela equipa da Biblioteca:
2º ciclo


















3º ciclo





















Secundário



terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Clube dos poetas vídeos # 9



"Amores eu tenho", de Natália Correia (versão da cantiga de amigo "Digades, filha, mia filha velida", de Pero Meogo). Declama Natália Correia, canta Amália, em 1971. Em 2013 assinalam-se os 90 anos do nascimento de Natália Correia e os 20 anos da sua morte.   

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Um poema de Alberto Caeiro

A imagem foi captada por duas alunas do 12ºano, a Beatriz Penha e a Beatriz Oliveira, que viram nesta árvore do Colégio a natureza de Alberto Caeiro. Aqui fica o poema, em forma de homenagem, pela lembrança e pelo "olhar inicial" que tiveram sobre as coisas, bem à maneira de Caeiro...
 
Deixamos também o desafio: vejam se a conseguem encontrar  - ela está mais perto do que imaginam...
 
XLV

Um renque de árvores lá longe, lá para a encosta.
Mas o que é um renque de árvores? Há árvores apenas.
Renque e o plural árvores não são coisas, são nomes.
 
Tristes das almas humanas, que põem tudo em ordem,
Que traçam linhas de coisa a coisa,
Que põem letreiros com nomes nas árvores absolutamente reais,
E desenham paralelos de latitude e longitude
Sobre a própria terra inocente e mais verde e florida do que isso!

“O Guardador de Rebanhos”, in Poemas de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa. Lisboa: Ática, 1946 (10ª ed. 1993).
 
 

Blimunda














A revista da Fundação José Saramago. Descarregar a versão de novembro aqui.

sábado, 30 de novembro de 2013

Lisboa em Pessoa

"Lisboa em Pessoa” é uma exposição que assinala o 125º aniversário de Fernando Pessoa, organizada pela Casa Fernando Pessoa/EGEAC, que faz referência aos lugares e aos escritos que relevaram da relação do poeta com a cidade. Trata-se de uma exposição bilingue que coincide com o III Congresso Internacional Fernando Pessoa, que teve lugar em Lisboa nos dias 28, 29 e 30 de novembro. Na área pública de chegadas do Aeroporto assinalou-se a abertura e uma visita guiada com Inês Pedrosa – diretora Casa Fernando Pessoa.
 
 

 
Deixamos também o booktrailer do livro com o mesmo nome, um guia turístico e roteiro literário de Lisboa, que revela o olhar de Fernando Pessoa e de outros grandes escritores sobre a capital portuguesa. Uma boa sugestão para o fim de semana...
 
 

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Toques literários


 Mais uma semana, mais um livro, mais um orador... Hoje foi a vez do Vasco Ferreira (10A2), que nos apresentou o grande clássico O Grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald. O Vasco acompanhou-nos numa viagem intensa até ao início do século XX, no pós-guerra americano, tempo de prosperidade,  futilidade e excessos. É nesse cenário que surge Gatsby, um excêntrico milionário, que se apaixonará por Daisy. Além do amor, encontraremos nas páginas deste livro uma forte crítica ao "sonho americano" e ao materialismo frívolo dos anos loucos do jazz. Muito obrigada, Vasco!

E se Fernando Pessoa tivesse facebook?...

Manuel Halpern procurou responder a esta questão numa crónica no Jornal de Letras, de 29 de junho de 2011.
 
O mural de Pessoa
 
Se no tempo de Fernando Pessoa houvesse Facebook, então é que a arca nunca mais acabava. E os pessoanos estudariam cada like, com afinco, procurando as motivações literárias e as personalidades escondidas naquele gesto espontâneo. E as partilhas. Talvez aquela Oração que circula por aí, da Banda Mais Bonita da Cidade, lhe despertasse os sentidos, ou pelo menos a um dos heterónimos. Ai, se a equipa do Mark Zuckerberg descobrisse os heterónimos iria logo classificá-los como perfis falsos, e lá se ia o mural do Álvaro de Campos. Talvez não dessem por nada. E só anos mais tarde os pessoanos mais aplicados encontrariam um perfil falso sem amigo nenhum, mas pessoanamente genial.

Sim, o Álvaro de Campos seria o mais torrencial. Partilhas em catadupa, remissões para o blogue, momentos de grande euforia e habilidade informática. O Ricardo Reis publicaria, rigorosamente, um post por dia, e só aceitaria amizade de pessoas com quem privasse. O Alberto Caeiro não seria informaticamente dotado, mas até acharia graça à coisa. O Bernardo Soares gostaria mais do Twitter. Nenhum deles teria cinco mil amigos, nem mesmo o Fernando Pessoa ortónimo , sobretudo por uma questão de timidez, apesar de passar demasiado tempo no chat com Ofélia. Todos os posts de amor são ridículos.

Imagine-se o manancial de informação arquivado. As publicações do mural. O Almada Negreiros seria um dos mais fervorosos frequentadores, com considerações e discussões acesas. Até ao dia, claro está, em que via a conta bloqueada, por denúncia de Júlio Dantas, que considerou aquela história do "Pim!" indecorosa e imoral no seu mural.

Quando inventaram a revista Orpheu criariam um evento, a que poucos amigos ligaram. Mas eles insistiram muito. Até criaram um site onde publicavam apenas parte dos conteúdos... Quem quisesse ler o resto que comprasse a revista. Contudo, o volume três teria apenas sairia em edição digital, com grafismo do Almada e ciberarte do Amadeo.

 Todos choraram muito a Morte de Mário de Sá-Carneiro. De Paris, ele já tinha colocado uns posts que sugeriam a depressão, mas ninguém poderia esperar aquilo. O Mural encheu-se de comoventes mensagens de despedida. Alguns até lhe dedicariam poemas.

Quando Fernando Pessoa morreu, misteriosamente, Ricardo Reis continuou ativo, a publicar os seus posts diários. Quem descobriu isso foi esse tal de Saramago, que o matou anos mais tarde.

HALPERN, Manuel, "O mural de Pessoa", in Jornal de Letras, nº1063, 29 de junho a 12 de julho de 2011

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

República das Letras | Eleição do "guardião da sabedoria" 2013

 

Um dos pontos altos dos seminários coincidiu com o momento em que o Professor Miguel Monjardino ofereceu um dicionário à aluna Micaela Silva (11C), a "guardiã da sabedoria", como homenagem e reconhecimento pelo seu empenho na aquisição e aplicação de novo vocabulário. Parabéns, Micaela!

Repúplica das Letras | retratos de uma "odisseia" de leitura

O início de uma aventura inesquecível...



















A navegar com Ulisses
Rumo a Ítaca...

A traçar a rota nas cartas de navegação


10ºano

10ºano


10ºano

10ºano


11ºano
11ºano

12ºano

12ºano

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Livrarias de Lisboa - Buchholz

         

  
   Bem no coração de Lisboa, junto ao Marquês de Pombal, fica a Livraria Buchholz. Esta ampla e acolhedora livraria de três piso foi fundada em 1943 pelo livreiro Karl Buchholz, um judeu alemão que se refugiu em Portugal depois de a sua galeria de arte e livraria terem sido destruídas pelos bombardeamentos da Segunda Guerra Mundial. Durante várias décadas, a Buchholz foi uma das mais importantes referências culturais para o país, sendo visitada principalmente por intelectuais e estudantes que ali encontravam toda a variedade de livros e tópicos de conversa. Em 2009, no entanto, viu-se obrigada a fechar portas, depois de ter sido declarada insolvente, sendo logo após comprada pelo grupo Coimbra Editores. Atualmente, tem o nome Leya na Buchholz.
   É verdade que os tempos áureos da Buchholz não são os de hoje, mas, independentemente das mudanças de nome e de proprietários, a sua beleza ao estilo germânico, com escadas em caracol e grandes estantes e sofás que possibilitam um confortável contato com os livros, mantém-se inalterada.  

    A sugestão de hoje é, portanto, uma visita a esta livraria. Para os mais curiosos, sugerimos também que, aquando da visita, questionem os funcionários da Buchholz sobre a Galeria de Arte que, em tempos, existiu na cave deste espaço.    

Mais informações, aqui.     

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Toques literários



 

Mais uma semana, mais um livro... Hoje, as alunas Mariana Baptista e Carolina Teixeira, ambas do 5ºD, apresentaram a coleção As Gémeas, de Enid Blyton. Foi a sessão mais concorrida de sempre, com uma plateia muito numerosa! A apresentação incluiu a leitura dos excertos mais marcantes e, no final, ainda houve tempo para um jogo. Os concorrentes mais atentos tiveram direito a um prémio! Muito obrigada!