quinta-feira, 29 de outubro de 2015

E se Fernando Pessoa tivesse facebook?




Agora, já tem. Os nossos alunos de 12.º ano já o criaram, com direito a uma página para cada heterónimo. Haverá melhor metáfora para a heteronímia pessoana do que a "realidade virtual"?

Para visitar, clicar no endereço:



















https://www.facebook.com/profile.php?id=100010428496961
















https://www.facebook.com/heteronimoalbertocaeiro

https://www.facebook.com/Heter%C3%B3nimo-%C3%81lvaro-de-Campos-500757266765241/


















https://www.facebook.com/Heter%C3%B3nimo-Ricardo-Reis-1030509900322124

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Bibliotecas Humanas


“Cada velho que morre é uma biblioteca que arde”.
 Antigo provérbio africano

“Não julgues um livro pela capa”. A biblioteca humana permite a quem a consulta ler livros interativos pelo período de meia hora, sendo que as palavras vêm diretamente de pessoas, que vêm contar a sua história. É um projeto que permite aprender de pessoas como se fossem livros abertos. 

Nesta biblioteca, corpos vivos funcionam como livros. Eles respiram perante o leitor, falam, comovem-se, riem e viajam no tempo. O mesmo se passa com o leitor que, enquanto lê o livro, pode apaixonar-se, irritar-se, aborrecer-se, divertir-se, descobrir novos mundos e conhecer uma realidade até então desconhecida. É garantido que um leitor nunca sai o mesmo depois de ler um livro. Numa biblioteca humana, não é diferente.

Para celebrar o Dia das Bibliotecas Escolares, em vez de livros, o mote foi o de lermos pessoas.
Quatro professores. Quatro capítulos das suas histórias. Quatro partilhas.
Em cada uma das salas de estudo da Biblioteca estava um livro humano pronto para ser lido.
Junto a cada livro, 15 pessoas com vontade de o ler.

A iniciativa superou as expectativas, quer pela qualidade literária dos livros quer pela adesão dos leitores.

Ficou o desejo de voltarmos a parar para ler livros humanos.




segunda-feira, 26 de outubro de 2015

República das Letras 2015 | 2016

Pelo quinto ano consecutivo, decorrerá no Colégio, ao longo do ano, o projeto “República das Letras”, uma atividade dedicada aos alunos do Secundário.

Este programa, dinamizado por Miguel Monjardino, especialista em Estudos Políticos e de Geopolítica e Geoestratégia e Professor da Universidade Católica, surge na sequência de um seminário do professor Anthony O’Hear, diretor do Royal Institute of Philosophy em Londres, no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, sobre Agamémnon, uma peça de Ésquilo.

República das Letras é, por isso, um programa único no país que parte da análise, através de seminários, dos grandes clássicos da literatura grega, para intervir ativamente e compreender os temas essenciais da civilização europeia. As palavras de Miguel Monjardino, num artigo do Expresso de 21 de janeiro de 2012, ilustram bem a importância decisiva e diferenciadora que um projeto deste género pode ter na construção do pensamento e na formação científica e humana dos nossos alunos: “(…) os gregos de há dois mil e quinhentos anos continuam a ser essenciais. Essenciais porque inventaram praticamente tudo o que é importante ao nível da política, história, literatura, ciência e desporto. Essenciais também por terem falado e escrito sobre as fragilidades, a audácia e a inteligência que sempre caracterizaram as mulheres e os homens ao longo dos tempos. Essenciais, finalmente, por nos obrigarem a refletir e a pensar pela nossa própria cabeça. Numa sociedade que quer ser uma democracia liberal, isto é uma coisa absolutamente essencial”.

O caráter transversal e interdisciplinar da atividade (Literatura, Português, Filosofia, História, Geografia, Religião...) confirma a sua importância pedagógica e reforça a sua relação com o Projeto Educativo do Colégio, ao contribuir para «uma formação plena e mais profunda da pessoa humana, num processo educativo que procura a excelência». Além disso, visa enriquecer os alunos na sua dimensão pessoal, académica e profissional, para que sejam capazes de, como consta no nosso ideário:

·         Olhar o mundo, identificar desafios e deixar-se interpelar pelas oportunidades;
·         Responder de forma positiva aos desafios atuais, sendo capaz de ler a realidade com espírito crítico e criativo;
·         Investir de forma ativa no seu crescimento integrado (de todas as dimensões da pessoa humana) e na construção de uma identidade psicossocial com referências sólidas (valores);
·         Descobrir, respeitar e defender o valor e a dignidade da pessoa humana;
·         Interessar-se e ser capaz de agir sobre a realidade e avaliar consequências da sua ação;
·         Adequar e atualizar competências e conhecimentos – autonomia para uma aprendizagem ao longo da vida;
·         Cooperar e envolver-se na construção de um futuro “mais”, isto é, “melhor”, para todos.
Os primeiros seminários acontecerão já durante a próxima semana.

Deixamos as capas dos livros que analisaremos ao longo das sessões:
10ºano


11ºano



12ºano



Testemunhos dos alunos sobre a  República das Letras| edições anteriores


  
   Tinha elevadas expectativas em relação ao seminário e, de facto, elas não foram defraudadas; não poderia ter sido melhor...

   A obra analisada (Antígona, de Sófocles) conseguiu conquistar-me verdadeiramente, não só pelo facto de abordar temáticas políticas, mas também, e sobretudo, por explorar grandes dilemas morais do ser humano: leis terrenas e leis divinas; lealdade para com a cidade e para com a família; o ódio (de Creonte) e o amor (de Antígona)... Além disso, a belíssima história de amor entre Antígona e Hémon  deixou-me completamente arrebatada... Trata-se de uma obra intemporal, que ecoa nos dias de hoje, ensinando-nos a importância da reflexão
.
   Por fim, adorei a maneira de ser do Professor Monjardino, as histórias da sua vida, a união e cumplicidade criadas naquele espaço tão agradável... Ensinou-nos a ver o mundo com outros olhos... Foi profundamente emocionante o momento em que nos exortou a não termos medo de errar ou de perder, já que essa é a única forma de ganhar ou triunfar; devemos abraçar o sucesso, lutar afincadamente pelo que queremos; tudo é possível, basta querermos…

Tatiana Ferreira



   Gostei sobretudo das histórias que o Professor Miguel Monjardino contava, de modo a evidenciar a mensagem subjacente a certa passagem da obra, estabelecendo pontes com a nossa própria vida. Demonstrou um amplo conhecimento sobre a sociedade em que vivemos e partilhou várias experiências, apelando à nossa capacidade de discernimento e à necessidade de um olhar diferente sobre o mundo.

   Nunca pensei analisar uma tragédia grega deste modo. (...) Foi impressionante a forma como o Professor Monjardino abordou as questões políticas patentes na obra, tão atuais.

   Este seminário alargou-me os horizontes. Algumas ideias marcaram-me profundamente e ser-me-ão muito úteis, como o lema: "Falem sempre como se tivesse razão, mas oiçam como se a não tivessem".

Bárbara Rosa






«O amor foi um dos temas que mais me cativou ao longo da tragédia analisada. A paixão entre Antígona e Hémon é perfeita, exaltando um amor devoto e fiel. O final trágico, ainda que belo, foi uma vitória para os amantes, que permaneceram juntos para sempre. Também o dilema de Creonte, cheio de decisões por tomar, me fascinou pela sua fragilidade, já que deixa a sociedade ordenar-lhe o que pensar e como agir, esquecendo, por vezes, que é ele o governante.
Em suma, o seminário foi extremamente importante para o meu crescimento pessoal e humano, no sentido em que, para além de se ter revelado uma pessoa acessível, simpática, culta e apaixonada, o Professor Miguel Monjardino foi uma inspiração, pela força que depositou no seu discurso, mostrando-nos que somos humanos capazes de errar e que não devemos temê-lo, pois são as muralhas que ultrapassamos que nos tornam melhores.»
João Romeiro


   Iniciámos a leitura. 

   A história, como numa tela, foi-se desenhando na minha cabeça, enquanto me ouvia e ouvia os meus colegas a ler. Criei uma forte ligação emocional com as vivências das personagens. Além disso, os conhecimentos do professor Miguel Monjardino trouxeram luz ao nosso estudo e fomos capazes de aprofundar e compreender a obra de um modo surpreendente; ninguém seria capaz de o fazer se a tivesse lido apenas por si...

   Terminámos refletindo sobre algumas questões fulcrais para a compreensão de Antígona e penso que foi nesse preciso momento que todos demos o nosso contributo; foi nesse preciso momento que todos perdemos o medo de comunicar e expressámos as nossas opiniões, “falando como se tivéssemos razão e ouvindo como se não a tivéssemos”. Foi nesse preciso momento que senti que nos deparávamos com um momento de partilha de ideias, em que a inteligência de uns e de outros se elevava ao mesmo nível e não havia distinção entre o aluno de Ciências e o de Humanidades – fundíamo-nos num só grupo e éramos solidários com as ideias dos outros, sem rivalidades.

   Este último capítulo do seminário deixou-me na expectativa e confesso que a única desilusão sentida foi quando tive a certeza de que tinha terminado.

   Admito que fiquei surpreendida, tanto com a obra, como com o próprio método de análise. Foi uma experiência única que espero repetir.
Maria Rebelo




Ficam algumas imagens de anos anteriores:















Lançamento: "Minha Mulher, a solidão" de Fernando Pessoa

Hoje, 27 de Outubro às 18h30,  acolhe-se o lançamento de Minha Mulher, a solidão uma edição Guerra e Paz com textos de Fernando Pessoa.

Minha Mulher, a solidão, título inspirado num verso do autor, reúne os textos de Pessoa e heterónimos sobre as mulheres, o casamento, o amor e o desejo.

A edição da Guerra e Paz inclui ainda uma colagem de Ana Vidigal e um texto-poema, de Eugénia de Vasconcellos.

Saiba mais em:
Casa Fernando Pessoa

20 belas bibliotecas espalhadas por todo o mundo

Há não muito tempo, as bibliotecas eram o centro do progresso intelectual da humanidade – isto se tivermos em conta o mapa cronológico desde os inícios da humanidade – um poder entretanto substituído pelos jornais, meios de comunicação e, mais recentemente, tecnologias e internet.

No entanto, ao contrário de todos os modernos agregadores de conhecimento, as bibliotecas mantiveram um charme invulgar para os dias que correm. Sendo tão importantes na sua era dourada, a elas foi concedido um design e construção majestosa, verdadeiros polos identificadores da arte e estilos de então.

Esta é uma lista não-oficial de 20 fantásticas bibliotecas espalhadas por todo o mundo, um ranking no qual não falta a Biblioteca Joanina, em Coimbra:

1.Biblioteca Nacional de Praga (República Checa)

2.Biblioteca de Trinity, Dublin (Irlanda)

3.Biblioteca do Real Gabinete Português de Leitura, Rio de Janeiro (Brasil)

4.Biblioteca Admont (Áustria)

5.Biblioteca George Peabody, Baltimore (Estados Unidos)

6.Biblioteca Nacional de França, Paris (França)

7.Handelingenkamer, Den Haag (Holanda)

8.Biblioteca Joanina, Coimbra (Portugal)  
9.Bibiloteca da cidade de Estugarda (Alemanha)

10.Biblioteca do estado do Iowa (Estados Unidos)

11.Biblioteca da Ciência, Gorlitz (Alemanha)

12.Bibiloteca de Yale, Connecticut (Estados Unidos)

13.Biblioteca pública de Cincinnati (Estados Unidos)

14.Bibioteca Sainte-Geneviève, Paris (França)

15.Biblioteca pública de Nova Iorque (Estados Unidos)

16.Biblioteca Walker, Minneapolis (Estados Unidos)

17.Biblioteca Vennesla (Noruega)

18.Biblioteca de St. John’s, Cambridge (Inglaterra)

19.Biblioteca do Congresso, Washington (Estados Unidos)

20.Biblioteca da Universidade Técnica de Iasi (Roménia)

Veja outras imagens em:

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Editora argentina lança livro que se planta depois de ler

A Pequeno Editor lançou um livro que se planta depois de ler e que, nas palavras dos responsáveis da editora argentina, “devolve à natureza o que de ela retirou”. 


O livro-árvore tem uma mensagem que se sobrepõe à história nele contada e um final completamente invulgar. Para o leitor, qualquer que seja a idade, e para o próprio livro.

De acordo com o Jornalíssimo, já podem ser encontrados jacarandás, na Argentina, que nasceram a partir do livro “Mi Papa Estuvo en la Selva” (O meu pai esteve na selva”, em português).

O livro, que narra a aventura real de um pai e de um filho na densa floresta equatorial, foi lançado em Março e contém sementes de jacarandá (uma árvore nativa da Argentina) escondidas no papel. Este, é reciclado, não contém ácidos e as suas ilustrações são impressas com tinta biodegradável.

Tudo foi pensado para que, ao plantar-se, o livro não prejudique o ambiente. Ainda assim, os interessados terão de encomendar o livro directamente da editora, uma vez que ele não está à venda. A ideia é que instituições educativas e comunitárias organizem iniciativas em torno dele – que o leiam, plantem, reguem e, por fim, o vejam crescer, lembrando-se da sua história.

Fonte: Green Savers

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Assírio & Alvim com «Hamlet» traduzido por Sophia de Mello Breyner Andresen

«Hamlet», de William Shakespeare, traduzido por Sophia de Mello Breyner Andresen, é uma das propostas de outubro da Assírio & Alvim.


«Uma edição bilingue do grande clássico de William Shakespeare com uma tradução muito especial. 

Luis Miguel Cintra, no prefácio que preparou para esta edição, “No Hamlet (e a tradução de Sophia torna-o transparente), a progressão da peça segue o processo de amadurecimento do pensamento de uma personagem que à partida é um jovem, um jovem príncipe. As suas descobertas são ainda pueris. Acaba quando percebe o que é o tempo e a morte e a responsabilidade individual, sempre perturbado com a confusão dessa responsabilidade com qualquer coisa que se lhe opõe: o poder. Aí a sua reflexão torna-o adulto, torna-o exemplar, torna-o simbólico”».

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Prémio literário Res Magnae para José Tolentino Mendonça

O escritor José Tolentino Mendonça foi distinguido com o Prémio literário Res Magnae, em Itália, pelo ensaio "A mística do instante - o tempo e a promessa", publicado em outubro do ano passado, informou editora da obra.

Segundo a mesma fonte, a obra vendeu já 17.000 exemplares e foram transacionados direitos internacionais para Itália, Espanha, Brasil, República Checa, Estados Unidos, Canadá, França e Filipinas.

No ensaio, o autor argumenta que há um Evangelho que "só a pele apreende", que "a fraternidade se exprime também pelo tato", escrevendo que "o pão da eucaristia é o pão de mil sabores" e que "o odor permite uma aprendizagem do invisível".

O sacerdote José Tolentino Mendonça, de 49 anos, é especialista em estudos bíblicos, e tem obra publicada sobre a relação entre o cristianismo e a cultura. Foi "Straus fellow", na Universidade de Nova Iorque, tendo feito parte de uma equipa de investigadores do tema "Religião e espaço público".

Atualmente é vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa e diretor do Centro de Estudos de Religiões e Culturas. Consultor do Pontifício Conselho para a Cultura, na Santa Sé, José Tolentino Mendonça tem publicada obra poética.

Fonte: Lusa

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Lançamento: Nós, os de Orpheu em livro e CD

No próximo sábado, 24 de Outubro, às 19h, apresenta-se na Casa Fernando Pessoa (CFP) a edição bilingue Nós, os de Orpheu / We, the Orpheu Lot, com leituras e música ao vivo. 

Parceria da BOCA com a CFP, o livro associa ao catálogo da exposição homónima da CFP uma antologia literária de Orpheu e pós-Orpheu, textos que surgem nos dois CDs que acompanham o livro gravados por um conjunto de 20 intérpretes, entre os quais Ana Deus, André E. Teodósio, António Poppe, Bartholomew Ryan, Jonathan Weightman, JP Simões, João Paulo Esteves da Silva, Miguel Manso, Nuno Morão, Nuno Moura, Nuno Torres ou Ricardo Jacinto.

A apresentação integra a sessão Orpheu Acabou, de encerramento das comemorações do centenário da Orpheu, com início às 17h.


Saiba mais em:

"As primeiras coisas" de Bruno Vieira Amaral vence Prémio José Saramago

O romance "As primeiras coisas", de Bruno Vieira Amaral, é o vencedor do Prémio José Saramago, foi hoje anunciado na Casa dos Bicos, em Lisboa.

O galardão, instituído pela Fundação Círculo de Leitores, distingue autores com menos de 35 anos, com obra editada em Língua Portuguesa, no último biénio, e tem o valor pecuniário de 25.000 euros.

A obra, já distinguida com os prémios Fernando Namora/Estoril Sol e P.E.N./Narrativa, marca a estreia literária de Bruno Vieira Amaral. 

O júri foi presidido pela editora Guilhermina Gomes, e além da poetisa Ana Paula Tavares, fizeram também parte os escritores Nelida Piñon e António Mega Ferreira e a presidente da Fundação José Saramago, Pilar del Río.

Na sua declaração, António Mega Ferreira atesta: "O equilíbrio global deste notável romance, o primeiro de Bruno Vieira Amaral, resulta de uma maturidade de escrita que não se consente nenhuma facilidade, mas não foge do prosaísmo de vidas mais ou menos marginalizadas".

Bruno Vieira Amaral nasceu em 1978, é licenciado em História Moderna e Contemporânea pelo ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa. Crítico literário, tradutor, Bruno Amaral é autor do "Guia para 50 personagens da ficção portuguesa" e do blogue Circo da Lama. Colaborou no DN Jovem, na revista Atlântico e no jornal i, e, atualmente, colabora com a revista Ler e trabalha no grupo editorial Bertrand Círculo.

O artigo completo para ler AQUI

Apresentação da colecção infantil Luísa Ducla Soares em Lisboa


segunda-feira, 19 de outubro de 2015

«Mulheres de Cinza», o mais recente romance de Mia Couto

«Mulheres de Cinza», o mais recente romance de Mia Couto, inicia uma nova trilogia do escritor moçambicano, sob o título global «As Areias do Imperador». A apresentação em Lisboa realizar-se-á na terça-feira, 20 de outubro, a partir das 18h30, na Fnac Chiado.

A personagem central no novo romance, Ngunyane (nome que os portugueses transformaram em Gungunhana), foi um imperador de Gaza, no sul de Moçambique, que se rebelou contra a potência colonizadora e acabou derrotado por Mouzinho da Silveira, preso e desterrado para os Açores, onde morreu em 1906.

A glória e o mito de Ngunyane atravessaram os dois países, fomentados também por algumas inverdades e falsificações históricas, ao sabor dos interesses do momento. Em declarações ao quinzenário português Jornal de Letras, o escritor diz que Portugal sentiu necessidade de engrandecer o imperador, para tornar maior a sua vitória sobre o rebelde e que Moçambique o aproveitou para o panteão dos seus heróis nacionais e anticoloniais.

“Ora, Ngunyane nunca pensou nesta nação chamada Moçambique”, conclui Mia Couto, dizendo que as versões “são construções de parte a parte”.

Falando esta semana, em Maputo, o autor disse à Lusa que os moçambicanos continuam "ainda prisioneiros de uma versão única do passado" e precisam de se libertar de uma narrativa solitária e de assumir que há outras” versões.

Em 2013, venceu o Prémio Camões e, em 2015, foi um dos dez finalistas do Man Booker International Prize.

Leia o artigo completo em:

“Do Alentejo para África”, um projeto solidário

Várias instituições do distrito associaram-se ao projeto “Do Alentejo para África” com vista à angariação de livros e material escolar.

O projeto é da responsabilidade da Associação Alentejo de Excelência . Os materiais recolhidos têm como destino a Biblioteca de Santa Isabel, no município de Cacuaco, em Luanda – território com 220.000 habitantes, maioritariamente jovens, com baixo nível de escolaridade, escassez de cuidados de saúde e alto nível de exclusão social.

A campanha pretende angariar dicionários, enciclopédias, gramáticas de língua portuguesa, livros técnicos, infantis, romances, material escolar, uma fotocopiadora e um computador. A campanha decorre até ao final do mês.

No Baixo Alentejo, são vários os pontos de recolha. Em Beja, as doações podem ser feitas na empresa 3WX e na Associação Jovem Habi(li)tar Alentejo.


Veja aqui os pontos de recolha ou entre em contato pelo voluntariado@alentejodeexcelencia

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Novo livro de Gonçalo M. Tavares


«O Torcicologologista, Excelência», editado pela Caminho, é o novo livro de Gonçalo M. Tavares, já disponível nas livrarias.

O Torcicologologista, Excelência é um livro de ficção, irónico, capaz de fazer soltar uma gargalhada, mas também duro, composto de duas partes bem distintas. A primeira, onde o desencanto se cruza com um humor corrosivo, é composta de diálogos ficcionais, uma espécie de diálogos socráticos, entre duas personagens, os Excelências, criadas e desenvolvidas durante anos por Gonçalo M. Tavares nas páginas do Diário de Notícias.

Exposição "Aproximações ao imaginário fantástico de Teixeira de Pascoaes: revoluções, visões e aparições"



quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Japão: Uma livraria que só vende um livro por semana

Marioka Shoten, uma livraria de Tóquio, no Japão, que vende apenas um livro – ou melhor, uma obra – por semana.
Com o slogan “A livraria de um único livro”, a Morioka foi fundada em Maio por Yoshiyuki Morioka, que trabalhou vários anos noutras livrarias e que, quando resolveu abrir um negócio próprio, acreditou que os leitores poderiam ter um maior prazer em ter uma única opção para ler, ao invés de milhares.
“Um único livro dá-nos um melhor entendimento [dele] e tem uma relação mais íntima com o leitor. É a essência da paixão pela leitura”, continuou.

O conceito surgiu da sua própria experiência em livrarias e o local escolhido para o tornar em realidade foi o piso térreo do edifício Sukuzi, um monumento de interesse histórico em Tóquio. O design minimalista da Marioka foi desenvolvido pela empresa Takram e representa o respeito do seu criador pela literatura. 

Fonte: Green Savers

Escritaria: Penafiel vai parar para homenagear Mário Cláudio

A singular Escritaria começa no dia 15 e termina no dia 18 na cidade de Penafiel. Depois da homenagem a Lídia Jorge, em 2014, a cidade que acolhe o festival prepara-se para celebrar a obra de Mário Cláudio.

O festival conta com o envolvimento de 300 alunos e dezenas de professores de várias escolas e da Universidade Sénior.

"Guilhermina", sobre a violoncelista do Porto Gulhermina Suggia, "Júlio Pomar - Um álbum de bichos", "Oríon" e "O fotógrafo e a rapariga", romance já publicado este ano, são alguns dos livros do escritor.

Mário Cláudio venceu a mais recente edição do Grande Prémio de Romance e Novela, Associação Portuguesa de Escritores, com a obra "Retrato de rapaz", de 2014.

Três décadas antes, o escritor já fora distinguido com o mesmo galardão, por "Amadeo", inspirado no pintor Amadeo de Souza-Cardoso.

Saiba mais em:

Festival Internacional Literário de Óbidos


Entre os dias 15 a 25 de Outubro decorre em Óbidos o Festival Internacional Literário de Óbidos.


FOLIO - Festival Literário Internacional de Óbidos, prepara-se para receber 400 autores em 11 dias, portugueses e estrangeiros. Alguns nomes maiores da literatura mundial. São 11 dias em que o verbo “literar” enche páginas de livros e as ruas de Óbidos com música, teatro, performance, cinema, tertúlias, mesas redondas e exposições.


Veja mais informações e o programa completo do Festival aqui:

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Livro do Apocalipse do Mosteiro do Lorvão na Memória do Mundo da UNESCO

Um livro do Apocalipse, à guarda do Arquivo Nacional Torre do Tombo, propriedade do Mosteiro do Lorvão, em Penacova, onde foi iluminado, foi hoje considerado Memória do Mundo pela UNESCO, disse à Lusa fonte autárquica.

De acordo com a Câmara de Penacova, este é o único livro do Apocalipse iluminado no mosteiro do Lorvão, entre os 22 que existem no Mundo. Com 66 gravuras, é também o único considerado Memória do Mundo pela UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, que o considera um dos "mais belos documentos da civilização medieval ocidental".

"A riqueza que emana do Mosteiro de Lorvão vem agora a ser ainda mais reconhecida através da classificação pela UNESCO do livro bíblico do Apocalipse, livro único e singular no mundo, que almejou a distinção Memória do Mundo e que se encontra conservado no cofre-forte da Torre do Tombo", disse o presidente da Câmara de Penacova, Humberto Oliveira, à agência Lusa.

Em 1853, depois da extinção das ordens religiosas, o historiador Alexandre Herculano andou pelos mosteiros do país a recolher documentos que considerava importantes para a história de Portugal e, no Lorvão, encontrou este livro do Apocalipse, tendo-o levado para a Torre do Tombo, em Lisboa, onde ainda se encontra. Numa das guardas escreveu: "Documento de extrema importância para a história do país".

O programa Memória do Mundo, iniciado em 1992, tem como objetivo preservar a herança documental da humanidade e inclui aproximadamente 350 documentos e arquivos de todos os países do Mundo.

Leia a informação completa aqui: 

2.º Ciclo do Triénio Pascoalino: Arte de Ser Português no centenário da sua publicação

O 2.º Congresso do Triénio Pascoalino - ciclo de congressos internacionais dedicado a Teixeira de Pascoaes -, consagrado com o Alto Patrocínio da Primeira Dama, será realizado nos dias 14, 15 e 16 de Outubro na Biblioteca Nacional de Portugal (BNP).

O programa do encontro conta com a contribuição de distintos especialistas, nacionais e internacionais, na obra e pensamento de Teixeira de Pascoaes, bem como de inúmeros investigadores que se dedicam ao estudo e aprofundamento de temáticas da cultura portuguesa, tais como: António Cândido Franco, António Braz Teixeira, Mário Garcia, Jorge Coutinho, Manuel Cândido Pimentel, Manuel Ferreira Patrício, Paulo Borges, Paulo Motta, Fabio Maria da Silva, Fabrizio Boscaglia, Sofia A. Carvalho, Tânia Pêgo, entre muitos outros.

A acompanhar estas actividades, realizar-se-ão três exposições:

- De 01 de Outubro a 30 de Dezembro, na mezzanine do segundo piso da BNP, decorrerá a exposição dedicada à Arte de Ser Português e ao movimento da Renascença Portuguesa, entre outros;

- De 14 a 30 de Outubro, no átrio da Biblioteca da FLUL, far-se-á uma mostra bibliográfica sobre a efeméride, a par de uma exposição do pintor Rouslam Botiev intitulada "Aproximações ao imaginário fantástico de Teixeira de Pascoaes: revoluções, visões e aparições";

- De 14 a 16 de Outubro, teremos a decorrer no mesmo auditório do congresso uma exposição da pintora, gravurista e ilustradora Haylane Rodrigues acerca dos cultores da época.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Brasília recebe espetáculo «Mensagem de Fernando Pessoa» em homenagem ao escritor

O espetáculo musical "Mensagem de Fernando Pessoa", de André Luiz Oliveira, será exibido em Brasília, com 44 poemas musicados, em oito apresentações, numa homenagem que assinala os 80 anos da morte do escritor.

As apresentações serão feitas pelo trio Os Bandarra, dos dias 23 de outubro a 14 de novembro, com quatro programas diferentes que contemplam a ordem do livro "Mensagem", publicado em 1934.

O projeto "Mensagem" foi idealizado em 1985 pelo músico e cineasta brasileiro André Luiz Oliveira, que musicou todos os poemas do livro homónimo, quando passavam 50 anos sobre a morte do poeta.

O primeiro disco do projeto, pelo qual recebeu o grau de Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, da República Portuguesa, possui interpretações de Caetano Veloso, Elba Ramalho, Ney Matogrosso, Zé Ramalho, Gal Costa, Gilberto Gil, Belchior e Glória de Lourdes, assim como do próprio autor.

O disco "Mensagem 2" foi lançado em 2003, com mais 13 músicas e a participação de alguns dos artistas do primeiro álbum, além de Milton Nascimento, Mônica Salmaso, Edson Cordeiro, Ná Ozzetti, Daniela Mercury, Zeca Baleiro e o cabo-verdiano Mario Lúcio.

No ano passado, André Luiz Oliveira concluiu o projeto com a gravação do terceiro disco, ainda não publicado, com os últimos 19 poemas do livro, incluindo as participações de Zélia Duncan, Zizi Possi, Carlinhos Brown, Fagner, Renato Teixeira, Cyda Moreira, Criolina, Rubi, Antonio Zambujo, Carlos do Carmo, Raquel Tavares, Dulce Pontes, Chullage, além de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Ney Matogrosso e Elba Ramalho.

As oito apresentações em Brasília contam com o apoio da Embaixada de Portugal no Brasil e do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua.

Fonte: Lusa

Conferência: Bocage e o Oriente na Biblioteca Nacional (Entrada Livre)


A Biblioteca Nacional de Portugal assinala os 250 anos do nascimento de Bocage com a exposição Da inquietude à transgressão: eis Bocage…, comissariada por Daniel Pires, e uma série de conferências sobre o poeta.

A conferência O Orientalismo em Bocage será proferida por Ana Margarida Chora:

O século XVIII introduz na literatura europeia um interesse sem precedentes pelo Oriente, o qual, observado no período neoclássico, vem a desenvolver-se a partir da estética pré-romântica. Bocage não foge a esta tendência literária, tendo contemplado referências orientais significativas na sua poesia, ainda que de forma dispersa. 

Conciliando um Oriente imaginado, veiculado quer através de mitos quer da História, com um Oriente vivido pela sua própria experiência, a poesia de Bocage fornece elementos que permitem considerá-lo, para além de tantas outras facetas, também um orientalista, precursor de um movimento estético muito mais vasto que irá ter o seu apogeu no século seguinte.

Saiba mais em: Bocage e o Oriente

Poemas de Sophia no festival de música de Leeds


"O Jardim", "Navio Naufragado" e "A Forma Justa" serão adaptados para música pelo compositor britânico Edward Ruston. 

Vários poemas de Sophia de Mello Breyner Andresen, traduzidos para inglês, vão ser cantados no Leeds Lieder Festival, certame de música clássica, na sequência da morte prematura do tradutor inglês Colin Rorrison, cuja obra foi publicada postumamente.

"O Jardim", "Navio Naufragado" e "A Forma Justa" serão adaptados para música pelo compositor britânico Edward Ruston e interpretados por uma soprano, com acompanhamento de piano no festival dedicado à canção de câmara ('lied'), que se realiza de 1 a 3 de abril do próximo ano, em Leeds, no norte de Inglaterra.

"A encomenda foi sugerida pela fundadora do Festival, Jane Anthony, que ouviu dois dos poemas lidos durante o funeral de Colin", contou a mãe do tradutor, Helen Chambers, à agência Lusa.

Colin Rorrison morreu inesperadamente aos 28 anos, em 2012, durante uma viagem à América Latina, deixando traduzidos para inglês alguns textos de autores de língua portuguesa, nomeadamente os brasileiros Rubem Fonseca e Lygia Fagundes Telles, ambos distinguidos com o Prémio Camões.

Traduziu também poemas de Sophia de Mello Breyner por sugestão da tradutora Margaret Jull Costa, tutora de um curso de tradução frequentado por Colin.

O resultado foi publicado postumamente em "The Perfect Hour", que inclui 69 poemas de duas coletâneas de Sophia - "O dia do mar" e "O nome das coisas" -, que foram revistos por Jull Costa, tradutora para inglês de obras de Eça de Queirós e José Saramago, entre outros.

"É uma homenagem ao nosso filho Colin, ao seu amor pela cultura portuguesa e ao seu trabalho como tradutor, o qual só tinha realmente começado quando morreu", declarou a progenitora.

Tanto Helen como o pai de Colin, Hugh Rorrison, são tradutores reconhecidos, especializados na língua germânica.

"The Perfect Hour", publicado pela editora neozelandesa Cold Hub Press, será apresentado na próxima terça-feira, na Universidade de Edimburgo, pela Biblioteca de Poesia da Escócia, que promove regularmente o lançamento de livros e eventos de poesia estrangeira.

Alguns dos poemas incluídos serão também lidos por Margaret Jull Costa, no Festival de Poesia Internacional StAnza, que decorre em St. Andrews, na Escócia, de 2 a 6 de março do próximo ano.

A Embaixada de Portugal em Londres acolherá, em maio, um recital de canto com os três poemas, de Sophia de Mello Breyner Andresen, a par da leitura de outros poemas traduzidos.

com Lusa

Prémio Fernando Namora para Teolinda Gersão



Passagens, um romance de Teolinda Gersão, catedrática jubilada da FCSH/NOVA, distinguido com o Prémio Fernando Namora/Estoril Sol.

O júri desta 18.ª edição do galardão foi constituído por Guilherme d'Oliveira Martins, presidente do Centro Nacional de Cultura, José Manuel Mendes, pela Associação Portuguesa de Escritores, Manuel Frias Martins, pela Associação Portuguesa dos Críticos Literários, Maria Carlos Loureiro, pela Direção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas, Maria Alzira Seixo e Liberto Cruz, convidados a título individual e, ainda, Nuno Lima de Carvalho e Dinis de Abreu, pela Estoril Sol.

O romance Passagens, publicado pela Sextante no dia 21 de março de 2014, segundo comunicado da chancela do Grupo Porto Editora, "começa com um cenário de luto, mas que é, na verdade, um olhar penetrante sobre a vida e a sua complexidade, através de personagens de quatro gerações de uma família".

Na ata, referindo-se ao romance Passagens, o júri salientou "tratar-se de uma obra que foca temas de grande atualidade, com um número muito significativo de personagens, com uma economia de texto sóbria e ponderada, assumindo uma crítica social ligada à heterogeneidade das realidades familiares contemporâneas".

Teolinda Gersão "trata o tema das passagens não apenas de cada ser humano para com os outros, mas também na relação entre a vida e a morte - numa atmosfera poética, que muitas vezes surpreende o leitor", enfatizou o júri.

"O ideal humano e social de cada personagem, designadamente, dos cuidadores e dos doentes, está fortemente ancorado na capacidade de compreender as diversas facetas da vida", acrescenta o júri.

Da lista de finalistas constaram romances de António Tavares, H. G. Cancela, João Tordo e Lídia Jorge.

in http://www.fcsh.unl.pt/media/noticias/teolinda-gersao-vence-premio-fernando-namora