sábado, 30 de novembro de 2013

Lisboa em Pessoa

"Lisboa em Pessoa” é uma exposição que assinala o 125º aniversário de Fernando Pessoa, organizada pela Casa Fernando Pessoa/EGEAC, que faz referência aos lugares e aos escritos que relevaram da relação do poeta com a cidade. Trata-se de uma exposição bilingue que coincide com o III Congresso Internacional Fernando Pessoa, que teve lugar em Lisboa nos dias 28, 29 e 30 de novembro. Na área pública de chegadas do Aeroporto assinalou-se a abertura e uma visita guiada com Inês Pedrosa – diretora Casa Fernando Pessoa.
 
 

 
Deixamos também o booktrailer do livro com o mesmo nome, um guia turístico e roteiro literário de Lisboa, que revela o olhar de Fernando Pessoa e de outros grandes escritores sobre a capital portuguesa. Uma boa sugestão para o fim de semana...
 
 

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Toques literários


 Mais uma semana, mais um livro, mais um orador... Hoje foi a vez do Vasco Ferreira (10A2), que nos apresentou o grande clássico O Grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald. O Vasco acompanhou-nos numa viagem intensa até ao início do século XX, no pós-guerra americano, tempo de prosperidade,  futilidade e excessos. É nesse cenário que surge Gatsby, um excêntrico milionário, que se apaixonará por Daisy. Além do amor, encontraremos nas páginas deste livro uma forte crítica ao "sonho americano" e ao materialismo frívolo dos anos loucos do jazz. Muito obrigada, Vasco!

E se Fernando Pessoa tivesse facebook?...

Manuel Halpern procurou responder a esta questão numa crónica no Jornal de Letras, de 29 de junho de 2011.
 
O mural de Pessoa
 
Se no tempo de Fernando Pessoa houvesse Facebook, então é que a arca nunca mais acabava. E os pessoanos estudariam cada like, com afinco, procurando as motivações literárias e as personalidades escondidas naquele gesto espontâneo. E as partilhas. Talvez aquela Oração que circula por aí, da Banda Mais Bonita da Cidade, lhe despertasse os sentidos, ou pelo menos a um dos heterónimos. Ai, se a equipa do Mark Zuckerberg descobrisse os heterónimos iria logo classificá-los como perfis falsos, e lá se ia o mural do Álvaro de Campos. Talvez não dessem por nada. E só anos mais tarde os pessoanos mais aplicados encontrariam um perfil falso sem amigo nenhum, mas pessoanamente genial.

Sim, o Álvaro de Campos seria o mais torrencial. Partilhas em catadupa, remissões para o blogue, momentos de grande euforia e habilidade informática. O Ricardo Reis publicaria, rigorosamente, um post por dia, e só aceitaria amizade de pessoas com quem privasse. O Alberto Caeiro não seria informaticamente dotado, mas até acharia graça à coisa. O Bernardo Soares gostaria mais do Twitter. Nenhum deles teria cinco mil amigos, nem mesmo o Fernando Pessoa ortónimo , sobretudo por uma questão de timidez, apesar de passar demasiado tempo no chat com Ofélia. Todos os posts de amor são ridículos.

Imagine-se o manancial de informação arquivado. As publicações do mural. O Almada Negreiros seria um dos mais fervorosos frequentadores, com considerações e discussões acesas. Até ao dia, claro está, em que via a conta bloqueada, por denúncia de Júlio Dantas, que considerou aquela história do "Pim!" indecorosa e imoral no seu mural.

Quando inventaram a revista Orpheu criariam um evento, a que poucos amigos ligaram. Mas eles insistiram muito. Até criaram um site onde publicavam apenas parte dos conteúdos... Quem quisesse ler o resto que comprasse a revista. Contudo, o volume três teria apenas sairia em edição digital, com grafismo do Almada e ciberarte do Amadeo.

 Todos choraram muito a Morte de Mário de Sá-Carneiro. De Paris, ele já tinha colocado uns posts que sugeriam a depressão, mas ninguém poderia esperar aquilo. O Mural encheu-se de comoventes mensagens de despedida. Alguns até lhe dedicariam poemas.

Quando Fernando Pessoa morreu, misteriosamente, Ricardo Reis continuou ativo, a publicar os seus posts diários. Quem descobriu isso foi esse tal de Saramago, que o matou anos mais tarde.

HALPERN, Manuel, "O mural de Pessoa", in Jornal de Letras, nº1063, 29 de junho a 12 de julho de 2011

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

República das Letras | Eleição do "guardião da sabedoria" 2013

 

Um dos pontos altos dos seminários coincidiu com o momento em que o Professor Miguel Monjardino ofereceu um dicionário à aluna Micaela Silva (11C), a "guardiã da sabedoria", como homenagem e reconhecimento pelo seu empenho na aquisição e aplicação de novo vocabulário. Parabéns, Micaela!

Repúplica das Letras | retratos de uma "odisseia" de leitura

O início de uma aventura inesquecível...



















A navegar com Ulisses
Rumo a Ítaca...

A traçar a rota nas cartas de navegação


10ºano

10ºano


10ºano

10ºano


11ºano
11ºano

12ºano

12ºano

12ºano















































Livrarias de Lisboa - Buchholz

         

  
   Bem no coração de Lisboa, junto ao Marquês de Pombal, fica a Livraria Buchholz. Esta ampla e acolhedora livraria de três piso foi fundada em 1943 pelo livreiro Karl Buchholz, um judeu alemão que se refugiu em Portugal depois de a sua galeria de arte e livraria terem sido destruídas pelos bombardeamentos da Segunda Guerra Mundial. Durante várias décadas, a Buchholz foi uma das mais importantes referências culturais para o país, sendo visitada principalmente por intelectuais e estudantes que ali encontravam toda a variedade de livros e tópicos de conversa. Em 2009, no entanto, viu-se obrigada a fechar portas, depois de ter sido declarada insolvente, sendo logo após comprada pelo grupo Coimbra Editores. Atualmente, tem o nome Leya na Buchholz.
   É verdade que os tempos áureos da Buchholz não são os de hoje, mas, independentemente das mudanças de nome e de proprietários, a sua beleza ao estilo germânico, com escadas em caracol e grandes estantes e sofás que possibilitam um confortável contato com os livros, mantém-se inalterada.  

    A sugestão de hoje é, portanto, uma visita a esta livraria. Para os mais curiosos, sugerimos também que, aquando da visita, questionem os funcionários da Buchholz sobre a Galeria de Arte que, em tempos, existiu na cave deste espaço.    

Mais informações, aqui.     

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Toques literários



 

Mais uma semana, mais um livro... Hoje, as alunas Mariana Baptista e Carolina Teixeira, ambas do 5ºD, apresentaram a coleção As Gémeas, de Enid Blyton. Foi a sessão mais concorrida de sempre, com uma plateia muito numerosa! A apresentação incluiu a leitura dos excertos mais marcantes e, no final, ainda houve tempo para um jogo. Os concorrentes mais atentos tiveram direito a um prémio! Muito obrigada!

domingo, 17 de novembro de 2013

A importância da viagem


Viajar? Para viajar basta existir. Vou de dia para dia, como de estação para estação, no comboio do meu corpo, ou do meu destino, debruçado sobre as ruas e as praças, sobre os gestos e os rostos, sempre iguais e sempre diferentes, como, afinal, as paisagens são."

Fernando Pessoa, Livro do Desassossego, Lisboa: Assírio & Alvim (2008)

 
Passageiro, viageiro, peregrino através da sua própria alma – é a imagem de si que o poeta permanentemente nos transmite. (…) É o poeta que viaja através da sua alma múltipla ou, inversamente, é viajado por ela? Seja como for, tudo é viagem: paisagem e passagem.

Teresa Rita Lopes, Pessoa por Conhecer, vol.I, Ed. Estampa


A propósito destas duas citações sobre a temática da viagem, os nossos alunos de 12ºano escreveram um texto de opinião. O resultado pode ser lido na página deste nível de escolaridade, aqui.

sábado, 16 de novembro de 2013

Dia do Desassossego

 
O escritor José Saramago celebraria hoje 91 anos. Para assinalar a efeméride, a sua Fundação organizou vários eventos, em Lisboa, que coincidiram também com a reedição de A Maior Flor do Mundo, com ilustrações de José Letria.













Deixamos, em jeito de homenagem, no mês em que se comemora o 15ºaniversário da atribuição do Prémio Nobel da Literatura ao escritor, duas sugestões culturais:

A peça teatral A Noite, em cena no Teatro da Trindade, introduzida assim por Saramago:

O ato passa-se na redação de um jornal, em Lisboa, na noite de 24 para 25 de Abril de 1974.
Qualquer semelhança com personagens da vida real e seus ditos e feitos é pura coincidência. Evidentemente.




E o filme José e Pilar, de Miguel Gonçalves Mendes. realizado em 2010:


Dia Nacional do Mar


Hoje comemora-se o Dia Nacional do Mar. Componente estruturante do currículo e do projeto educativo do Colégio, o mar está fortemente presente na Literatura, servindo tantas vezes de inspiração, de cenário e de protagonista. Deixamos algumas sugestões de leitura, bem como links interessantes, a propósito deste tema. 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Autorretrato de Alberto Caeiro | 12ºano



Os alunos do 12ºano vestiram a pele de Alberto Caeiro, um dos heterónimos de Fernando Pessoa, e imaginaram como este se descreveria nas suas próprias palavras. O resultado está na página deste nível de escolaridade, aqui.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Novos textos na página do 10ºano

Há mais textos para ler dos nossos alunos de 10ºano: figuras que lutaram pelo Bem Comum e uma reinterpretação do vilancete camoniano dedicado a "Lianor", numa roupagem contemporânea. Vale a pena espreitar (aqui)!

Toques culturais



Ontem, no dia de Pedro Arrupe e do Colégio, inaugurámos um novo espaço de partilha na Biblioteca: os "toques culturais". O Rodrigo Tavares (11C) apresentou o resultado do seu trabalho de pesquisa sobre as artes decorativas do Barroco. O seu profundo conhecimento do tema, bem como as imagens ilustrativas, relativas à ourivesaria, azulejaria, mobiliário, faianças, que o Rodrigo comentou de forma muito detalhada; cativaram a plateia. Muito obrigada!




 





 


República das Letras | Agradecimento

Chegou ao fim a primeira parte da República das Letras, que decorreu entre 11 a e 15 de novembro. Agora, só voltaremos a reencontrar o Professor Miguel Monjardino e os heróis da Ilíada e da Odisseia no segundo período.
 
A semana foi recheada de emoções fortes: no 10ºano, os alunos renderam-se à beleza e astúcia de Helena e ficaram divididos entre a inteligência de Ulisses e o caráter forte de Aquiles; no 11ºano, assistiram ao crescimento de Telémaco, que teve de tem de enfrentar os pretendentes de Penélope e honrar as qualidades que recebeu de seu pai, Ulisses;  no 12ºano, vibraram, por vezes horrorizados, com a determinação de Medeia.
 
Ao longo destes dias, o dicionário e o "guardião do conhecimento" de cada turma trabalharam ininterruptamente, numa "odisseia" paralela, dedicada à descoberta do significado de palavras "misteriosas" e desconhecidas. O glossário atualizado pelos alunos em cada sessão é longo... Além do significado, descobrimos, com a ajuda do Professor Miguel Monjardino, a origem de algumas palavras. Por exemplo, a palavra "mentor" deve o seu sentido a uma das personagens da Odisseia, Mentor, o amigo de Ulisses e que orientava o seu filho, Telémaco. O nome significa, por isso, “orientador, o que guia”.
 
 Foram dias de descoberta e de viagem, numa sala plena de luz, à volta de uma mesa, num círculo de leitura e de cumplicidade, em que as vozes, os dilemas e as decisões dos heróis clássicos nos (des)inquietaram mais uma vez, projetando-se e imiscuindo-se no presente, no mundo de hoje. A milénios de distância, a tapeçaria de Penélope volta a tecer-se. Ontem, como hoje, os mesmos problemas, a mesma fibra heroica, a mesma ânsia de além, a mesma demanda - o sentido para e da condição humana.
 
 Ao longo dos próximos dias, publicaremos algumas imagens e testemunhos sobre os melhores momentos de cada um dos seminários.
 
Deixamos um agradecimento especial ao Professor Monjardino por esta semana inesquecível. Até Ítaca, Professor!
 
Ítaca
 
Quando partires rumo a Ítaca,
Faz votos de que seja longa a viagem,
Cheia de aventuras, cheia de experiências.
E quanto aos Lestrigões, aos Ciclopes
E ao irado Poseidon, não os temas,
Esses seres não encontrarás nunca no caminho,
Se o teu pensar guardares alto, e uma nobre
Emoção tocar tua mente e corpo.
E nem os Lestrigões, nem os Ciclopes,
Nem o fero Poseidon hás­ de ver,
Se dentro da tua alma não os transportares,
Se não tos puser a alma à tua frente.
 
Faz votos de que seja longa a viagem.
Que as manhãs de verão que sejam muitas,
Que o prazer te invada e a alegria
Ao entrares em portos nunca vistos;
Hás­ de parar nas feitorias dos fenícios
Para adquirir os mais belos artigos:
Ébano, corais, âmbar, madrepérolas,
E sensuais perfumes de todas as sortes,
E quanto houver de aromas deleitosos;
Vai a muitas cidades do Egito
Aprender e aprender com os doutores.
 
Deves ter sempre Ítaca na tua mente.
Hás­ de lá chegar, é o teu destino.
Mas não apresses em nada a tua viagem.
Melhor será que muitos anos dure
E que já velho regresses à tua ilha
Rico do que ganhaste no caminho
Não esperando de Ítaca riquezas.
 
Ítaca deu-te essa bela viagem.
Sem ela não te terias posto a caminho.
Não tem, porém, mais nada para te dar.
 
E se a fores encontrar pobre, Ítaca não te enganou.
Tão sábio te tornaste, tão experiente,
Que percebes enfim que o significam as "Ítacas".

konstantinos kavafis
 
 
 

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Poemas-bonsai no CPA

 




O haiku é uma composição japonesa de três versos, com métrica fixa e muitas vezes sem rima. É um instante de assombro e de revelação; no seu minimalismo,  manifesta-se, com limpidez e simplicidade, a verdade do mundo.
 
Desafiámos os alunos a registarem nestes poemas-bonsai as suas impressões poéticas sobre a figura tutelar do nosso patrono.

Na celebração do nascimento de Pedro Arrupe,  os nossos alunos presenteiam-nos com uma mostra dos seus textos, à entrada do colégio mais oriental da cidade.   

domingo, 10 de novembro de 2013

República das Letras 2013 | 2014

 Pelo terceiro ano consecutivo, decorrerá no Colégio, ao longo do ano, o projeto “República das Letras”, uma atividade dedicada aos alunos do Secundário.
 
Este programa, dinamizado por Miguel Monjardino, especialista em Estudos Políticos e de Geopolítica e Geoestratégia e Professor da Universidade Católica, surge na sequência de um seminário do professor Anthony O’Hear, diretor do Royal Institute of Philosophy em Londres, no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, sobre Agamémnon, uma peça de Ésquilo.
 
A República das Letras é, por isso, um programa único no país que parte da análise, através de seminários, dos grandes clássicos da literatura grega, para intervir ativamente e compreender os temas essenciais da civilização europeia. As palavras de Miguel Monjardino, num artigo do Expresso de 21 de janeiro de 2012, ilustram bem a importância decisiva e diferenciadora que um projeto deste género pode ter na construção do pensamento e na formação científica e humana dos nossos alunos: “(…) os gregos de há dois mil e quinhentos anos continuam a ser essenciais. Essenciais porque inventaram praticamente tudo o que é importante ao nível da política, história, literatura, ciência e desporto. Essenciais também por terem falado e escrito sobre as fragilidades, a audácia e a inteligência que sempre caracterizaram as mulheres e os homens ao longo dos tempos. Essenciais, finalmente, por nos obrigarem a refletir e a pensar pela nossa própria cabeça. Numa sociedade que quer ser uma democracia liberal, isto é uma coisa absolutamente essencial”.
 
O caráter transversal e interdisciplinar da atividade (Literatura, Português, Filosofia, História, Geografia, Religião...) confirma a sua importância pedagógica e reforça a sua relação com o Projeto Educativo do Colégio, ao contribuir para «uma formação plena e mais profunda da pessoa humana, num processo educativo que procura a excelência». Além disso, visa enriquecer os alunos na sua dimensão pessoal, académica e profissional, para que sejam capazes de, como consta no nosso ideário:
 
·         Olhar o mundo, identificar desafios e deixar-se interpelar pelas oportunidades;
·         Responder de forma positiva aos desafios atuais, sendo capaz de ler a realidade com espírito crítico e criativo;
·         Investir de forma ativa no seu crescimento integrado (de todas as dimensões da pessoa humana) e na construção de uma identidade psicossocial com referências sólidas (valores);
·         Descobrir, respeitar e defender o valor e a dignidade da pessoa humana;
·         Interessar-se e ser capaz de agir sobre a realidade e avaliar consequências da sua ação;
·         Adequar e atualizar competências e conhecimentos – autonomia para uma aprendizagem ao longo da vida;
·         Cooperar e envolver-se na construção de um futuro “mais”, isto é, “melhor”, para todos.
 
Os primeiros seminários acontecerão já durante a próxima semana.
 
Deixamos as capas dos livros que analisaremos ao longo das sessões:
 
10ºano


11ºano



 
12ºano