terça-feira, 27 de janeiro de 2015

70 anos sobre a libertação de Auschwitz

No dia 27 de janeiro de 1945, o complexo de concentração e de extermínio de Auschwitz-Birkenau foi libertado pelas forças do exército soviético.

Entre 1940 e 1945 terão perdido a vida neste complexo de campos no sul da Polónia mais de 1,1 milhões de pessoas. 

O museu de Auschwitz-Birkenau foi inaugurado em 1947, nas instalações do antigo campo de concentração, declarado Património da Humanidade da Unesco em 1979.



Para assinalar a data, deixamos uma reportagem fotográfica do The Gardian (aqui) e algumas sugestões de leitura sobre o Holocausto. 

Para que o mundo não esqueça...

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Na noite de 13 de dezembro de 1943, Primo Levi, um jovem químico membro da resistência, é detido pelas forças alemãs. Tendo confessado a sua ascendência judaica, é deportado para Auschwitz em fevereiro do ano seguinte; aí permanecerá até finais de janeiro de 1945, quando o campo é finalmente libertado.
Da experiência no campo nasce o escritor que neste livro relata, sem nunca ceder à tentação do melodrama e mantendo-se sempre dentro dos limites da mais rigorosa objetividade, a vida no Lager e a luta pela sobrevivência num meio em que o homem já nada conta.
Se Isto é um Homem tornou-se rapidamente um clássico da literatura italiana e é, sem qualquer dúvida, um dos livros mais importantes da vastíssima produção literária sobre as perseguições nazis aos judeus.

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Todos conhecem a história profundamente dramática da jovem Anne Frank. Publicado pela primeira vez em 1947, por iniciativa de seu pai, o Diário veio revelar ao mundo o que fora, durante dois longos anos, o dia a dia de uma adolescente condenada a uma voluntária auto-reclusão, para tentar escapar à sorte dos judeus que os alemães haviam começado a deportar para supostos «campos de trabalho».

Tentativa sem final feliz. Em agosto de 1944, todos aqueles que estavam escondidos no pequeno anexo secreto onde a jovem habitava foram presos. Após uma breve passagem por Westerbork e Auschwitz, Anne Frank acaba então por ir parar a Bergen-Belsen, onde vem a morrer em Março de 1945, a escassos dois meses do final da guerra na Europa.

Traduzido em 67 línguas, este documento excepcional, de que a Livros do Brasil se orgulha de lançar agora a edição definitiva, vendeu já mais de 31 milhões de exemplares e é, seguramente, um dos livros mais lidos, discutidos e amados de toda a história do mundo.

Importa enfim acrescentar que esta edição definitiva contém toda uma série de passos que haviam sido omitidos por decisão do pai, que não tinha querido que alguns comentários de Anne Frank relativos à mãe fossem divulgados. O resultado final é um retrato extraordinário de uma adolescente em busca da sua identidade, durante um dos mais trágicos períodos jamais vividos pela humanidade.

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Ao regressar da escola um dia, Bruno constata que as suas coisas estão a ser empacotadas. O seu pai tinha sido promovido no trabalho e toda a família tem de deixar a luxuosa casa onde vivia e mudar-se para outra cidade, onde Bruno não encontra ninguém com quem brincar nem nada para fazer. Pior do que isso, a nova casa é delimitada por uma vedação de arame que se estende a perder de vista e que o isola das pessoas que ele consegue ver, através da janela, do outro lado da vedação, as quais, curiosamente, usam todas um pijama às riscas. Como Bruno adora fazer explorações, certo dia, desobedecendo às ordens expressas do pai, resolve investigar até onde vai a vedação. É então que encontra um rapazinho mais ou menos da sua idade, vestido com o pijama às riscas que ele já tinha observado, e que em breve se torna o seu melhor amigo…


*
 
23 de setembro de 1939. Wladyslaw Szpilman, um jovem e talentoso pianista polaco, tocava ao vivo na rádio o Nocturno em Dó Menor de Chopin. Nas ruas, as explosões das bombas germânicas quase emudeciam a fabulosa melodia. Seria a última transmissão ao vivo a partir de Varsóvia, abruptamente interrompida por uma bomba alemã. Esta é a história de Szpilman, contada na primeira pessoa, o testemunho de uma impressionante sobrevivência durante a Segunda Guerra Mundial. Szpilman, que perdeu todos aqueles que lhe eram mais queridos, consegue ainda assim celebrar a coragem, a força e a vida. Uma obra absolutamente genial, já adaptada ao grande ecrã.
 
Sinopses das obras retiradas de  www.wook.pt  

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

CONTO CONTIGO

Depois da estreia (com muito sucesso) do ano passado, chegou o momento de lançar mais uma edição do Concurso Literário CPA. Este ano o desafio é escrever um conto, partindo do lema do ano Faz do tempo vida.

CONTO CONTIGO?



Para mais informações acerca do Concurso, consultem o Regulamento na Biblioteca ou nas Salas de Aula.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

"Toques literários"





O João Folque, do 5ºE, aproveitou as férias do Natal para acabar de ler "O Râguebi, um Desporto Completo", de Vasco Pinto de Magalhães, sj, seguido de "O ABC do Râguebi", de C.K. Saxton.

Na passada quinta-feira, o João esteve na Biblioteca para partilhar um pouco do que aprendeu com estas obras. Falou-nos sobre os autores e sobre o râguebi, enquanto desporto e como escola de vida.


Perante uma audiência atenta, o João partilhou o seu entusiasmo pelo râguebi enquanto desporto, mas também como escola de humanismo, de alegria, de honra, valentia e humildade.



Resultados da 1.ª Fase do Concurso Nacional de Leitura


segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Bibliotecando

Eis as propostas da equipa da Biblioteca para este mês de janeiro. 


2º ciclo / Matilda, de Roald Dahl

Excerto
“ Por acaso, algum de vocês sabe a tabuada do dois?
Matilda pôs a mão no ar. Foi a única.
(…) - Muito bem- disse ela.- Levanta-te, por favor, e começa a dizê-la até onde souberes.
Matilda levantou-se e começou a recitar a tabuada dos dois. Quando chegou ao dois vezes doze são vinte e quatro”, não parou. Continuou com dois vezes treze são vinte e seis, dois vezes catorze são vinte e oito, dois vezes quinze são trinta, dois vezes dezasseis são…”
-Para! - pediu a menina Honey. Tinha estado levemente fascinada a ouvir aquela cantilena tranquila. – Sabes até onde? – Perguntou ela.
- Até onde?- repetiu Matilda. – Bom, na verdade não sei, menina Honey. Até bastante mais, acho eu.”
(…) – Por exemplo - disse a menina Honey-, se eu te pedisse que multiplicasses catorze por noventa… não, isso é demasiado difícil…

- São duzentos e sessenta e seis - Disse Matilda serenamente.”

3º ciclo / O Sonhador, de Ian McEwan

Excerto
“ APRESENTO-VOS PETER
Quando Peter Fortune tinha dez anos, os adultos diziam muitas vezes que era uma criança «difícil». Peter nunca percebeu o que isso significava. Não se sentia nada difícil. Não atirava garrafas de leite aos muros do jardim, não despejava ketchup por cima da cabeça a fingir que era sangue, nem sequer dava com a espada nos tornozelos da avó, embora às vezes essas ideias lhe passassem pela cabeça. Tirando os legumes (excepto as batatas), o peixe, os ovos e o queijo, comia tudo. Não era mais barulhento, mais porco ou mais estúpido do que as pessoas que conhecia. Tinha um nome fácil de dizer e de soletrar. O seu rosto, pálido e sardento, era facílimo de fixar. Ia todos os dias para a escola como as outras crianças e nunca refilava por causa disso. Limitava-se a ser tão monstruoso para a irmã como ela era para ele. A polícia nunca veio bater-lhe à porta para o prender. Nunca apareceram médicos de bata branca a quererem interná-lo num manicómio. Segundo lhe parecia, era uma pessoa até bastante fácil. Que haveria nele de difícil? “

Secundário / Os pássaros e outros contos macabros, de Daphne du Maurier

Excerto

“ «Não olhes agora», disse John à sua mulher, «mas a duas mesas da nossa estão duas velhotas a tentar hipnotizar-me.»
Laura, apanhando logo a deixa, fez uma imitação primorosa de um bocejo e depois deitou a cabeça para trás como se esquadrinhasse os céus em busca de um avião inexistente.
«Mesmo atrás de ti», acrescentou ele. «Por isso é que não te podes virar de repente – era óbvio de mais.»
Laura recorreu ao truque mais velho do mundo e deixou cair o guardanapo, depois curvou-se para o apanhar a seus pés, deitando uma olhadela furtiva por cima do ombro esquerdo ao tornar a endireitar-se. Sorveu o ar das bochechas, primeiro indício revelador de uma histeria controlada, e baixou a cabeça.
«Não são velhotas nenhumas», disse. «São dois gémeos travestis.» ”