quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Um texto da Sofia Monteiro, do 8.º B


QUINTA-FEIRA, 1 DE OUTUBRO DE 1942
Querida Kitty,

            Ontem apanhei um susto terrível. Às oito da noite tocou subitamente a campainha da porta. Só conseguia pensar que era alguém para nos vir buscar, sabes o que quero dizer. Mas acalmei-me quando toda a gente jurou que devia ser uma brincadeira ou o carteiro.

            De facto, a vida aqui não é fácil. Nada é totalmente seguro, e o mais pequeno ruído pode significar a maior tragédia para todos nós.
            É um eufemismo dizermos que estamos escondidos: nós estamos presos, apenas não o assumimos. Na realidade, seria bastante ingrata se desprezasse este espaço onde ficarei “escondida” quem sabe por quanto tempo. Estão todos a tentar torná-lo num lar, mas sem uma única atividade ao ar livre, um único olhar para o sol, não existe uma pessoa que consiga adotar uma perspectiva positiva perante um cenário tão macabro.
            Toda esta guerra faz-me perceber o quão irracional pode tornar-se o ser humano. É grotesca a forma como é tratado o próximo, e parece que todos perderam a consciência e os princípios básicos da vida em sociedade.
            Estou aqui há quase cinco meses. Não sei para que serve adiar o inevitável: será que a Mamã e o Papá têm de facto fé num final feliz? Será que algum dia sairei daqui? Terei a possibilidade de me adaptar? Será que estamos apenas a esperar que nos venham buscar, tendo o simples consolo de que “tentámos”?
            Eu não sei, mas as respostas virão, a bem ou a mal.
                                               
                                                                                                Tua, Anne


Texto escrito no âmbito do estudo da obra O Diário de Anne Frank.


segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Shakespeare em 97m até 15 de fevereiro


Dia de Ramalho Ortigão

Assinalou-se ontem, no CCB, o dia de Ramalho Ortigão, um século após a sua morte.

DIA RAMALHO ORTIGÃO
CCB
em colaboração com o Centro Nacional de Cultura


«A personalidade de Ramalho Ortigão (1836-1915) é, no nosso século XIX, exemplo singular de quem representa o diálogo intenso entre a sociedade antiga e a sociedade moderna. Cultor das raízes portuguesas, da história, da terra, da paisagem e das gentes, soube legar-nos retratos impressivos de Portugal como realidade multifacetada, feita de muitas diferenças e complementaridades. As amizades com o seu antigo aluno José Maria Eça de Queiroz e com o seu vizinho Oliveira Martins inseriram-no na modernidade do seu tempo (apesar de se ter oposto aos jovens da «Questão Coimbrã»), sem nunca abandonar a visão do mundo como encruzilhada entre a tradição e a renovação. Não podemos compreender o Portugal do fim do século sem lermos a obra de Ramalho, continuadora, por caminhos diversos, do magistério de Herculano na divulgação e na defesa do património cultural e do território e na preservação dos tesouros literários, em especial na Biblioteca de Ajuda, que, como o autor de Eurico, o Presbítero, também dirigiu. A presença de José Duarte Ramalho Ortigão no grupo dos cinco (com Antero, Eça, Oliveira Martins e Junqueiro) ou entre os «Vencidos da Vida» deu-lhe uma notoriedade especial, a que corresponde uma nítida atenção à riqueza da nossa cultura, como ponto de encontro de uma rica diversidade. A «ramalhal figura» teve, assim, a inteligência de cultivar o sentido crítico como o melhor intérprete do tempo…»

GUILHERME D’OLIVEIRA MARTINS



 

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Bibliotecando

Para este mês de Fevereiro, a Biblioteca e um aluno do 3º ciclo propõem as seguintes leituras:

2º ciclo - Peter Pan, de J.M. Barrie

“Todas as crianças crescem, exceto uma. Rapidamente percebem que hão-de crescer, e foi do seguinte modo que Wendy percebeu: um dia, a brincar no jardim, quando tinha dois anos, colheu mais uma flor e correu com ela para junto da mãe. Imagino que devia estar linda de se ver, porque a Sra. Darling levou a mão ao peito e exclamou. «Oh, porque é que não podes ficar assim para sempre!» Nada mais disseram uma à outra sobre o assunto, mas daí em diante Wendy soube que teria que crescer. A partir dos dois anos sabe-se sempre. Os dois anos são o princípio do fim.”

3º ciclo - Epic – PRIMA A TECLA START PARA JOGAR, de Conor Kostick

“Acredita-se que o jogo havia sido concebido, muitos séculos antes, para entreter os colonos que viajavam em condições quase glaciais pela vastidão do espaço. Não estava nos planos dos seus inventores que o jogo se viesse a tratar da lenta acumulação de dinheiro, nem mesmo da resolução de conflitos – apesar de esta ideia fazer mais sentido para Erick. Não, os inventores tinham criado o jogo por pura diversão.”

(sugestão de um aluno do 3º ciclo)


Secundário - Desencontros, de Jimmy Liao