segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Dia de Ramalho Ortigão

Assinalou-se ontem, no CCB, o dia de Ramalho Ortigão, um século após a sua morte.

DIA RAMALHO ORTIGÃO
CCB
em colaboração com o Centro Nacional de Cultura


«A personalidade de Ramalho Ortigão (1836-1915) é, no nosso século XIX, exemplo singular de quem representa o diálogo intenso entre a sociedade antiga e a sociedade moderna. Cultor das raízes portuguesas, da história, da terra, da paisagem e das gentes, soube legar-nos retratos impressivos de Portugal como realidade multifacetada, feita de muitas diferenças e complementaridades. As amizades com o seu antigo aluno José Maria Eça de Queiroz e com o seu vizinho Oliveira Martins inseriram-no na modernidade do seu tempo (apesar de se ter oposto aos jovens da «Questão Coimbrã»), sem nunca abandonar a visão do mundo como encruzilhada entre a tradição e a renovação. Não podemos compreender o Portugal do fim do século sem lermos a obra de Ramalho, continuadora, por caminhos diversos, do magistério de Herculano na divulgação e na defesa do património cultural e do território e na preservação dos tesouros literários, em especial na Biblioteca de Ajuda, que, como o autor de Eurico, o Presbítero, também dirigiu. A presença de José Duarte Ramalho Ortigão no grupo dos cinco (com Antero, Eça, Oliveira Martins e Junqueiro) ou entre os «Vencidos da Vida» deu-lhe uma notoriedade especial, a que corresponde uma nítida atenção à riqueza da nossa cultura, como ponto de encontro de uma rica diversidade. A «ramalhal figura» teve, assim, a inteligência de cultivar o sentido crítico como o melhor intérprete do tempo…»

GUILHERME D’OLIVEIRA MARTINS



 

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