Assinalou-se ontem, no CCB, o dia de Ramalho Ortigão, um século após a sua morte.
DIA RAMALHO ORTIGÃO
CCB
em colaboração com o Centro Nacional de Cultura
«A
personalidade de Ramalho Ortigão (1836-1915) é, no nosso século XIX,
exemplo singular de quem representa o diálogo intenso entre a sociedade
antiga e a sociedade moderna. Cultor das raízes portuguesas, da
história, da terra, da paisagem e das gentes, soube legar-nos retratos
impressivos de Portugal como realidade multifacetada, feita de muitas
diferenças e complementaridades. As amizades com o seu antigo aluno José
Maria Eça de Queiroz e com o seu vizinho Oliveira Martins inseriram-no
na modernidade do seu tempo (apesar de se ter oposto aos jovens da
«Questão Coimbrã»), sem nunca abandonar a visão do mundo como
encruzilhada entre a tradição e a renovação. Não podemos compreender o
Portugal do fim do século sem lermos a obra de Ramalho, continuadora,
por caminhos diversos, do magistério de Herculano na divulgação e na
defesa do património cultural e do território e na preservação dos
tesouros literários, em especial na Biblioteca de Ajuda, que, como o
autor de Eurico, o Presbítero, também dirigiu. A presença de José
Duarte Ramalho Ortigão no grupo dos cinco (com Antero, Eça, Oliveira
Martins e Junqueiro) ou entre os «Vencidos da Vida» deu-lhe uma
notoriedade especial, a que corresponde uma nítida atenção à riqueza da
nossa cultura, como ponto de encontro de uma rica diversidade. A
«ramalhal figura» teve, assim, a inteligência de cultivar o sentido
crítico como o melhor intérprete do tempo…»
GUILHERME D’OLIVEIRA MARTINS
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